Tema: O fator autoridade da Igreja.
Título: O que é autoridade quando
associada a igreja?
Por. Davi Lucas da Silva.
Por. Davi Lucas da Silva.
Quando perguntamos
o que é Autoridade associada a Igreja, logo nos vem à mente muitos atos de poder
que nossas igrejas têm efetuado, como o ato de expulsar os demônios, o ato de
curar as doenças que atinge o corpo físico de uma pessoa, o ato de libertar
pessoas de vícios, e até mesmo de supostamente mudar o destino financeiro de
pessoas, mas a grande pergunta que não cala é;
E depois???... E depois???...
Qual o caminho para onde seguir depois que o demônio não estiver mais em minha
vida?
E a minha alma, precisa de cura também, assim como ocorreu com meu corpo?
O
que faço com este pensamento positivo de triunfalismo e de positivismo que foi
colocado em minha mente?
Preciso fazer algo mais para ser prospero?
São as
dúvidas que pairam sobre as mentes destes que foram beneficiadas pelos nossos “atos
de poder e autoridade”.
Todos que percorrem o caminho destes atos de autoridade
evocam sempre um amparo pelo qual respaldam sua autoridade; “a palavra de Deus
ou o próprio Deus”, e é por isso que as pessoas acreditam em nós; quando vêem
de alguma forma o poder de autoridade que demonstramos possuir quando nos
apresentamos em nossos cultos!!!Mas até que certo ponto a palavra que nós
pregamos é de fato a palavra de Deus e que de fato a autoridade do Reino de
Deus está conosco? É o que nos propomos a vos falar.
Na narrativa Bíblica do Novo Testamento,
observarmos muitos atos que demonstram a autoridade de Jesus, muitos são mais evidenciados
com mais detalhes e clareza pelos Evangelistas do que outros;mas é muito
interessante observarmos que na maioria das vezes estes atos são pedagógicos,
onde a pessoa que é liberta, é convidada a mudar de pensamento em relação ao
pensamento que a dominava antes; exemplo disto está registrado no Evangelho de
São João, no capitulo 3, dos versículos 1 ao 21, neste texto Nicodemos, um
Fariseu que também era uma autoridade entre o povo judaico, um membro do
supremo tribunal dos judeus,foi ter com Jesus de noite, ao se dirigir a Jesus,
este homem lhe disse: “Rabi, sabemos que tu és mestre vindo da parte de Deus,
pois ninguém pode “fazer os sinais” que tu fazes se Deus não for com
ele”. Nicodemos constatou que a autoridade que Jesus exercia era amparada por
Deus, pelos feitos que Jesus realizava; e olha que ele mesmo não tinha recebido
nenhum milagre em si mesmo; a sua percepção é a partir do que talvez tivesse
visto ou ouvido.Com certeza Nicodemos nunca tinha ouvido Jesus falar
(discursar), ele constatou que Jesus era um “mestre”, um professor, pelo que
Jesus realizava.
O mais interessante é que,ao contrário do que Nicodemos
esperava, Jesus muda totalmente a direção de seu interesse, para um patamar mais
elevado, Jesus afirma que, para que de fato possamos ver e entender o que é
verdadeiramente o “Reino de Deus”, temos que sermos gerados do Alto, gerados
por Deus; o que Nicodemos via, não era “O Reino” propriamente dito. Sinais
miraculosos são placas de sinalizações que apontam para algum lugar, foi
justamente isso que ocorreu com Nicodemos, ele foi dirigido a Cristo; o
problema é que não dá mais para Igreja continuar na mística das placas de
sinalizações a vida toda, precisamos de um norte a seguir, foi justamente o que
Jesus fez, Jesus apresentou o caminho para que Nicodemos pudesse conhecer o
“Reino” por dentro, a entrar neste “Reino” (Jo 3. 4-5) que diz:
“Perguntou-lhe
Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura pode tornar a
entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Em verdade, em verdade
te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus”.
Vejamos que Jesus está passando a exercer autoridade
sobre Nicodemos no campo das ideias, Jesus está sendo pedagógico no seu
dialogo, está levando Nicodemos a refletir, está influenciando o seu ato de
pensar; está fazendo com que o mesmo reveja os seus conceitos da “Mística
das placas de sinalizações”. Nicodemos faz uma afirmação que aparentemente demonstra
algum tipo de certeza, mas depois que Jesus o responde, também com uma
afirmação, Nicodemos sairá da sua aparente certeza, para o campo das dúvidas,
pois diante da fala de Jesus, Nicodemos fará três perguntas a Jesus, descritos
no versículo 4 e no versículo 9.
1° Como pode um homem nascer, sendo velho?
2°
Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
3° Nicodemos
perguntou: Como pode ser isso?
A sua aparente certeza parece já não o
satisfazer, pois as suas convicções foram colocadas em xeque.
Concluo
minha fala dizendo que, é urgente a necessidade do exercício da verdadeira autoridade
da Igreja nos dias atuais, isto em todas as áreas que a mesma atua, estamos
vendo uma multidão de pessoas com muitas placas de sinalizações em suas vidas,
mas que não as dirigem a nenhuma certeza, a nenhuma convicção, masque lhes
trazem sim as infindas dúvidas quanto a religiosidade que lhes foram pregadas;
que não as deram direção nenhuma ao verdadeiro Evangelho do Cristo, e nem ao
Cristo do Evangelho, são ovelhas que foram parar nos dentes dos malandros da fé,
que as ludibriaram com seus discursos Heréticos.
Os resultados do exercício da
autoridade destas pseudo-igrejas, é constatado pela apatia que se percebe
nitidamente,pelo exercício mórbido da sociedade cristã atual, pelos evangélicos
que não tem evangelho, pelos oradores que vomitam seus verbos bem conjugados,
mas quando olhamos para suas vidas, chegamos a conclusão que os mesmos estão
andando de mãos dadas com aquele que tentou tomar o lugar de Deus nos céus.
Findo
minhas palavras fazendo uso de uma frase de Justos L. Gonzáles, de seu livro
introdução a Teologia Cristã, páginas 22 e 23:
“É somente pela graça de Deus
que nossas palavras podem se tornar a palavra Dele.
É somente pela graça de
Deus que a proclamação da Igreja pode ser a proclamação da palavra de Deus.
É
somente pela graça de Deus que as ações da Igreja podem ser sinais do Reino do
Eterno Deus”.
Que Deus
em sua infinita bondade, nos ajude em nome de Jesus.
Soli Deo
Glória.
Texto desenvolvido por Davi
Lucas da Silva, Diretor e professor da Escola Teológica Beth Shalom
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