terça-feira, 28 de maio de 2013

Para que Servem os Dons Espirituais? - Por Marcos Aurélio Dos Santos

Para que Servem os Dons Espirituais ?

 O Deus soberano por meio da liberalidade do Espírito Santo concedeu dons espirituais à Igreja. Nesta magnitude percebe-se a ação da trindade na distribuição dos mesmos (1 Cor. 12.1-11). Em concordância, o pai, o filho e o Espírito Santo agem motivados por um só propósito: A edificação da igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta é vontade da trindade. O Espírito Santo assume sua missão de distribuir seus dons a quem ele quer e em tempo oportuno, age segundo o seu querer, totalmente desprendido de manipulações humanas. Todos estão debaixo de sua soberana autoridade.

Para que serve os Dons Espirituais? Estes servem única e exclusivamente para produzir edificação no corpo de Cristo. Cada membro é chamado para servir. É neste serviço que acontece o processo de maturidade da Igreja, em edificação mútua, coletiva, um por todos, e todos por um. Neste processo de encaminhamento a uma proximidade da estatura da medida de Cristo, não pode haver espírito individualista numa busca de auto edificação, mas todos deverão ser motivados a servir uns aos outros tendo como árbitro o amor.

Quem ama edifica. Os amantes do Cristo e do próximo certamente se esforçarão para gastar suas energias em benefício do outro. Não buscarão seus próprios interesses, mas sempre o do seu irmão, estes entram em concordância com a trindade a despeito da questão, não buscam os dons como meio de trampolim espiritual, a procura de promoções e status entre os irmãos. Servos dependentes da soberana vontade do Eterno, submissos, amantes do bem, aborrecedores da soberba.

A imaturidade na prática dos dons pode trazer confusão e ausência de crescimento espiritual. Cada um deve entender com clareza o propósito do Espírito Santo na ação dos dons na igreja. Nisto, evita-se os absurdos e infantilidades por parte dos membros. Não cabe neste contexto a arrogância  de tentar controlar as ações do Espírito Santo, certamente ele não nos dará permissão para isso, pois ele é soberano. Os dons em suas diversidades estão totalmente sobre seu controle e poder. Dar a quem quer e quando quer, nossa tarefa é apenas de buscá-los com zelo.

Somente a Trindade e a mais ninguém , deve ser atribuída  honra, glória e poder no exercício dos dons espirituais, a nós, basta-nos apenas a condição de servo “gr = doulos” (escravos no serviço do Reino). No serviço da palavra, da misericórdia, do apascentar, da cura, das línguas, da profecia, dos governos, tudo é serviço. Algo que não é motivado pelo desejo de servir é ilegítimo e não concorda com o evangelho. 

Então, os dons são para servir na Igreja. Todos são desafiados a viverem na dependência e liberdade do Espírito Santo, caminhando e encaminhando os demais no caminho da maturidade, no exercício da piedade, da misericórdia, na prática do bem, na edificação mútua, no exemplo da simplicidade de Jesus de Nazaré.

Ao Eterno rendemos graça e louvor por conceder dons à Igreja para sua Glória. Amém!     

Marcos Aurélio Dos Santos  

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Qual o seu nome? - Por Themmy Lima


Qual o seu nome?      
Bom dia, senhor, me desculpe tomar um pouco de seu precioso  tempo.
Digo isto, porque o tempo para mim não é tão importante como para o senhor.
Quero me apresentar ao senhor antes de nos tornarmos grandes amigos.
Algum tempo atrás abri mão de meu “status de soberania” para fazer uma obra em prol de muitos, estas pessoas estavam em perigo eminente de morte e tive que fazer este sacrifício para ajudá-las a se livrar do perigo que as sondava.
Foi a partir daí que passei conhecer fisicamente o tempo que você tanto admira.
Mas vamos lá.
– Qual o seu nome?
Há, querido perdão!
Você é daqueles que gostam de se apresentar apenas depois de conhecer a pessoa com quem fala; Perfeito.
 – Concordo com isso, ainda que na sua atualidade pessoas falem a todo o momento com pessoas que nem mesmo se conhecem.
Faz parte do processo de crescimento e multiplicação que os cercam.
Deixe-me falar então um pouco sobre mim.
Não tenho mãe apenas PAI, mas não se engane isto não me torna órfão.
Ele é formidável desde o nosso principio sempre estivemos juntos criando e nos alegrando, atualmente aguardo o momento de voltar a fazer uma viagem a qual fiz no passado e terei que refazê-la para terminar o que comecei.
O alvo é trazer para minha moradia alguns que acreditaram no meu trabalho inicial, para distingui-los EU E MEU PAI, resolvemos chamá-los de “os escolhidos”.
Mas até a data de meu retorno dá tempo de mais pessoas acreditarem no que fiz e com isso, virem comigo, já demos inicio ao processo de análise.
Parece até que sou diplomata, na verdade fui embaixador, o que me outorgou na minha carreira acadêmica ser admirado por muitos como ADVOGADO.
Sei lá acho legal tudo isto, mas não me empolgo, apesar me muitos acharem que sou excelente, prefiro dizer que tudo que sei ou faço emana de meu PAI.
Mas se você preferir pode me chamar  por “SÁBIO” é que onde eu moro todos dizem que a SABEDORIA andou com meu PAI desde o principio.
Por este motivo, este é um titulo que muito me agrada.
Há sou Prós graduado na maior corte do mundo como ADVOGADO, atuo nas áreas de família, mas também nas áreas de finanças e inventários, se você um dia precisar de meus serviços comte comigo.
Apresar de todas estas referencias o que me agrada mesmo é ser reconhecido por “RESGATOR” a eu amo este trabalho resgatar é o que me fascina e me dá alegria.
Até meus amigos mais distantes entram em colapso de alegria quando alguém em perigo me chama, Eu os atendo prontamente, isto é fantástico.
Fica aberto a você esta oportunidade, aliás gostei muito de você e gostaria muito, mas muito mesmo de ser seu amigo, tenho vários amigos, mas você será especial, por que será meu mais novo amigo.
Se você topar, creio que não vai se arrepender.
Não gosto muito de dizer isto, mas; Sou muito rico.
Aos meus amigos, ou seja, todos os que precisaram de mim um dia, e preferiram abrir mão de tudo o que tinham por amor de mim, como prova de agradecimento pelo resgate que tiveram.
A estes quero dividir tudo que tenho para gozarem comigo de uma alegria sem fim.
Entendo por outro lado que sua atual ocupação o priva de coisas que consideram supérfluas.
Nem sempre consegue arrumar tempo para fazer novos amigos.
São tantos afazeres viagens de negócios, visitar o filho que mora com a mãe após seu divórcio, a tristeza por um casamento frustrado, perseguições de mercado, dividas e trabalhos excessivos, batalhas incessantes para conseguir tapar o rombo financeiro que se avoluma, em fim, conheço todas suas dificuldades  e aflições.
Posso-te dizer que conte comigo a hora que precisar.
Há querido amigo.
Nestes breves, mas importantes minutos que passamos juntos meu amor por você se tornou tão forte que já o tenho como meu mais novo amigo.
Se quiser saber um pouco mais sobre mim, procure no meu LIVRO SAGRADO, tenho vários lugares que o distribui, mas tome cuidado existe um grupo por aí que procurar distorcer algumas coisas ali contidas sobre mim.
Mas na grande maioria este fantástico livro testifica de mim .
Aliás, meu amigo.
Meu nome é JESUS, sou popularmente conhecido como “o Filho de Deus”.
Agora me fale um pouco de você.
Iniciemos por aqui.
Qual o seu nome?      

quinta-feira, 23 de maio de 2013

‘‘Eis que a jovem/virgem está grávida‘‘ - (IS 7.14) - Por. Luciano R. Peterlevitz


‘‘Eis que a jovem/virgem está grávida‘‘ - (IS 7.14) 

Por. Luciano R. Peterlevitz

Considerações Exegéticas e Hermenêuticas sobre Isaías 7.10-17

30/04/2013
‘‘Eis que a jovem/virgem está grávida‘‘ -  (IS 7.14) - Considerações Exegéticas e Hermenêuticas sobre Isaías 7.10-17









Introdução:
Por isso, Adonay dará para vós um sinal: Eis que a jovem/virgem está grávida, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel (Is 7.14).
Isaías 7.14 é um dos principais textos que fundamenta a doutrina do nascimento virginal de Cristo. O evangelista Mateus, relatando o nascimento virginal do Messias, cita o texto isaiano como prova de que as promessas messiânicas veterotestamentárias se cumpriram cabalmente com o advento do Jesus nascido em Belém (Mt 1.23). Mas, por uma simples leitura de Isaías 7.14 no texto hebraico e no contexto de Isaías 7, constata-se certo dilema em relação à citação do Evangelho de Mateus. Acontece que a palavra “virgem”, como está na maioria das versões em português, é a tradução do hebraico'almah, uma jovem, possivelmente recém-casada. Mateus não cita o texto hebraico, mas a tradução grega (Septuaginta), que traduziu 'almah porparthenos “virgem”. E, por uma simples leitura de Isaías 7 (versos que antecedem e aqueles que seguem o v.14), nota-se que o nascimento do Emanuel teria de acontecer no século 8 a.C., na época do profeta Isaías. Então, será que o evangelista se enganou? A palavra 'almah aceita a tradução “virgem”? A profecia de Isaías visava um cumprimento restrito à época do profeta, ou visava somente o nascimento de Jesus conforme é relatado no Novo Testamento? 

1. O contexto histórico

É importante salientar que a profecia de Isaías a respeito do Emanuel aconteceu no contexto da guerra siro-efraimita. É o que se lê em Isaías 7.1-2. Trata-se da mobilização da Síria e de Efraim (outra designação para o reino do Norte, Israel) contra Judá, na tentativa de depor o davidita Acaz, já que este se recusou a se aliançar com os sírios e israelitas na luta contra a Assíria. O rei da Síria, Rezim, e o rei de Israel, Peca (7.1), almejavam colocar no trono judaíta “o filho de Tabeal” (7.6), “provavelmente um arameu da corte de Damasco”1 . Portanto, a Síria e Israel intentavam destruir a dinastia de Davi, que até então reinara 250 anos sobre Judá. 

O ano era 734 a.C. A notícia chegou à casa de Davi: “A Síria está aliada com Efraim” (7.2). Esta iminente ameaça contra a dinastia de Davi causou muito temor no palácio de Judá, como se nota em Isaías 7.2: “ficou agitado o coração de Acaz”. 

2. O contexto literário
Isaías 7.14 está inserido dentro de um contexto literário maior, composto por Isaías 7.10-17, que por sua vez situa-se em outro conjunto formado por Isaías 7 — 8. As unidades literárias destes capítulos estão relacionadas com a guerra siro-efraimita e com a iminente invasão dos assírios no corredor sírio-palestino. 
Os seguintes blocos literários antecedem Isaías 7.10-17: 

7,1-2: trata-se de uma introdução histórica. Refere-se à trama dos sírios e israelitas: a deposição de Acaz, almejando a destruição da dinastia de Davi. 

7.3-9: este trecho é uma resposta divina contra o intento dos reis da Síria e de Israel, prometendo amparo para Acaz. Isaías vai ao encontro do rei de Judá no “aqueduto do açude superior”. O rei está tomando precauções para o abastecimento de água para Jerusalém, prevendo que o cerco dos sírios e israelitas forçaria o povo a se encurralar para dentro da cidade. Mas, por ordem de Javé, o profeta vai onde o rei está, fazendo-se acompanhado por seu filho se'ar yaxub “um resto-volverá”. O nome do menino detém uma mensagem de esperança para a dinastia de Davi. Acaz não deveria temer o ataque de Rezim e de Romalias (v.4). Eis a promessa divina: a deposição de Acaz do trono e o fim da dinastia davídica não aconteceriam (“Isto não subsistirá, nem tampouco acontecerá”, v.7). Há uma palavra de juízo contra os inimigos de Judá (v.8). Efetivamente os assírios subjugaram Damasco, capital da Síria, em 732 a.C., e destruíram Samaria, capital de Israel, em 721 a.C. Toda a mensagem de Isaías converge para o v.9b:  “se o não crerdes, certamente não permanecereis”. A continuação de Acaz sobre o trono davídico depende da fé na palavra divina. 

Qual será a atitude do rei Acaz mediante a promessa divina proferida por Isaías? A resposta está em Isaías 7.10-17. 

3. Tradução literal
10 E continuou Javéa falar para Acaz:
11 Pede para ti um sinal de Javé, teu Deus,
    pede3 na profundeza4 ou na altura5 para cima,
12 E disse Acaz:
    Não pedirei,
    e não tentarei a Javé

13 E disse ele: 
     Ouvi agora, casa de Davi!
       Pouca coisa é cansardes6 os homens que7 cansareis também8 o meu Deus?
14 Por isso, Adonay dará para vós um sinal:
     Eis que a jovem9 está grávida, 
     e dará à luz um filho,
     e chamará10 o seu nome Emanuel.
15 Coalhada e mel ele comerá,
    até que saiba rejeitar o mal e escolher o bem
16 Pois antes que o menino saiba rejeitar o mal e escolher o bem será abandonada a terra, 
    diante de cujos dois reis tu te apavoras.
17 E fará vir Javé sobre ti, 
                           e sobre o teu povo,
                           e sobre a casa do teu pai,
                               dias que não vieram desde os dias em que separou11 Efraim de Judá: o rei da Assíria.12

4. Análise exegética
O v.10 inicia-se com o verbo hifil yasap “acrescentar”, “continuar”. Assim, Isaías 7.10-17 é continuação da unidade anterior (v.3-9). A fala isaiana tem um objeto: Acaz, que, de acordo com os v.3-9, prepara-se para a invasão siro-efraimita.
O v.11 é o conteúdo da fala profética. Acaz é inquirido a pedir um “sinal de Javé”: 

Pede para ti um sinal de Javé, o teu Deus,
pede na profundeza ou na altura para cima
É importante notar que o termo hebraico 'ot “sinal” refere-se a algo que seria cumprido num curto espaço de tempo. David Payne afirma que “uma predição pode ser feita para o longo prazo, mas um sinal é por definição um sinalizador na situação contemporânea que aponta para um evento mais distante”13. O 'ot me'im yhwh “sinal de Javé” certamente relaciona-se com a mensagem de livramento prometida à casa de Davi nos v.3-9. Considerando Isaías como mensageiro divino, pode-se afirmar que a ordem procede do próprio Javé. É Javé quem ordena ao rei Acaz pedir um “sinal”. Isso significa que se o rei Acaz obedecesse à voz divina, e pedisse o “sinal de Javé”, estaria comprovando sua fé (veja v.9b), e afirmando o livramento de Deus das mãos do rei de Israel e da Síria. Tratar-se-ia, pois, de um “sinal de fé”14. Acaz deveria pedir o “sinal de Javé” para si mesmo: xe'al-leka “pede para ti”. Ou seja, o sinal teria por objetivo comprovar para o próprio rei que Javé cumpriria a promessa de livramento esboçada nos v.3-9a.  

Acaz responde incisivamente ao pedido do sinal: Não pedirei, e não tentarei Javé (v.12) São dois verbos precedidos pela partícula negativa lo' “não”. O primeiro verbo é a primeira pessoa do verbo xa'al, o mesmo que no v.11 foi empregado no imperativo. Assim, “não pedirei” é a negativa daquilo que no v.11 foi imperativo. É bom realçar que a ordem para pedir o sinal procede de Javé, no v.11. Então o rei judaíta recusa-se a atender a ordem de Deus. No segundo verbo, o rei demonstra uma piedade que mascara sua rebeldia: “e não tentarei Javé”.  De fato, no Antigo Testamento, tentar Deus é uma falta grave, e aquele que incorre em tal pecado é severamente punido (Nm 14.22; veja Êx 17.2,7; Dt 6,16). Mas não se deve pensar que Acaz estava preocupado com esta advertência do Antigo Testamento. Pois, como já vimos, foi o próprio Deus quem ordenou o pedido do sinal. Na verdade, o rei disfarça sua incredulidade por uma piedade, que, na verdade, é pervertida; na realidade, Acaz queria confiar mais na provisão da Assíria do que em Deus (2Rs 16.5-9). “Pela letra o rei é um bom teólogo e deveres piedoso, mas tudo isso no espírito e na hora errados.”15 No dizer de Lutero, “...onde Deus manda arriscar, temos que arriscar. Pois obedecer à palavra, não é tentar a Deus”.16

Os v.13-17 respondem à incredulidade de Acaz. Percebe-se, no v.13, que a fala de Isaías dirige-se especificamente à “casa de Davi”. Ou seja, a palavra profética mira um setor especifico de Judá: o rei e sua corte. O verbo “cansar/fadigar”, tradução do hebraico la'ah, repete-se nas duas últimas frases do v.13: 
       

Pouca coisa é cansardes os homens que cansareis também o meu Deus?
A incredulidade da “casa de Davi” não somente afrontou ao profeta Isaías (“os homens”17), masespecialmente18 o Deus de Isaías (“o meu Deus”).
Já que Acaz recusou a pedir o sinal de Javé para Javé, então o próprio Javé (Adonay) daria um sinal para Acaz. Estamos no v.14. Há uma introdução (v.14a). Seguem-se três frases (v.14b). Na introdução, lemos:Por isso Adonay dará para vós um sinal. A palavra laken “por isso” é uma partícula adverbial de causa. Nos textos proféticos, ela é comumente usada para expressar um anúncio de ruína, depois das razões da ruína já terem sido apresentadas (Is 1.24; 5.13; 8.7; 30.13; Mq 3.12; Jr 11.21-22; etc.). Então, pelo início do v.14, percebe-se que o conteúdo a ser expresso na sequencia será de juízo. A razão já foi apresentada no v.13: Acaz, recusando-se a 'tentar' Deus (v.12), na verdade, tentou Deus, pois sua piedade pervertida confrontou Deus. O objeto da palavra divina é Acaz e sua corte: lakem “para vós”. Portanto, o v.14 contém uma palavra de juízo sobre a dinastia de Davi.19

No v.14b, lemos três frases: 

    Eis que a jovem está grávida, 
    e dará à luz um filho,
    e chamará o seu nome Emanuel.

A primeira frase inicia-se com a partícula hebraica hinneh “eis”. Essa palavra é uma 'flecha' que indica a personagem apresentada na sequência: ha-'almah “a jovem”. A palavra hinneh é como um dedo indicador apontando para “a jovem”.20 Portanto, essa “jovem” está presente quando Isaías proferiu essas palavras. Não se trata de uma personagem inexistente, que ainda viria. Quando Isaías pronunciou hinneh “eis”, Acaz e sua corte olharam para “a jovem”, que “está grávida” (o verbo harah está no perfeito, e expressa uma ação já concluída). 

A tradução da palavra hebraica 'almah propicia acaloradas discussões teológicas. O termo “virgem” procede da versão grega (Septuaginta), que traduziu ´almah por partenos “virgem”. É verdade que alguns dicionário hebraicos sugerem a tradução “virgem” para 'almah. Afirma-se que não há ocorrência pela qual possa ser provado que a palavra designa uma mulher que não é virgem.  Segundo essa ideia, em alguns textos do AT a palavra ´almah refere-se a virgens: por exemplo, Gn 24.43; Ex 2,8; Ct 6.8. No entanto, parece-me que a palavra usada nos dois primeiros textos simplesmente significa “moça”. Em Gênesis 24,'almah é sinônimo de na’ara, uma palavra que significa “moça”: nos versos 14, 16 e 28 usa-se a palavrana’ara, ao passo que no v.42 usa-se 'almah, e este verso claramente é paralelo ao v.14. Ademais, há uma palavra específica para se referir à “virgem”, em Gênesis 24.16: betulah. Quanto a Cântico do Canticos 6.8,  'almah pode ser tradudiza por “virgem”, já que se diferencia de “concubinas”. Mas isso não prova que'almah sempre deva ser traduzido por “virgem”, com já notamos em Gênesis 24.
   
Portanto, 'almah significa “mulher jovem”22, ainda sem filhos, mas não necessariamente virgem, já que podia ser recém-casada. “Essa palavra hebraica não se refere à virgindade da 'moça' ou 'jovem mulher', mas à sua juventude.”23

Quem seria esta jovem? É notável que a jovem mulher seja especificamente identificada. Pois o artigo precedente ao substantivo 'almah tem uma função demonstrativa24, significando, portanto, “esta mulher”. A mulher está presente no diálogo entre Isaías e Acaz. Para uns, a jovem mulher seria a esposa de Acaz e o menino seria Ezequias, o substituto de Acaz no trono davidita.25 Mas esta interpretação não se encaixa à informação de 1Rs 18.2: Ezequias assumiu o trono em 716 a.C., com vinte cinco anos de idade; a profecia de Isaías 7.14 foi proferida em 734 a.C., quando Ezequias já tinha aproximadamente seis anos. Para outros estudiosos, a 'almah é a esposa de Isaías.26 Esta afirmativa é corroborada pelo v.14b, no qual evidencia-se o distanciamento entre a profecia de Isaías e a corte de Acaz, e o Emanuel representa os fieis (entre os quais o profeta e sua família se incluem) que esperam o livramento do Senhor. 

As duas últimas frases do v.14b referem-se ao “filho”, ao 'immanu 'el “Emanuel”, literalmente “conosco (está) Deus”. A identificação do Emanuel no cenário de Isaías depende da identificação da “jovem”. Mas, uma coisa é certa: o nome do menino aponta certo distanciamento entre o profeta Isaías e a corte de Davi representada pelo rei Acaz. Deus está conosco, Isaías diz.. O problema é que o Deus de Isaías não é mesmo Deus de Acaz.. Deus, na concepção de Acaz, era impotente, incapaz de livrar Judá das mãos dos reis da Síria e de Israel. Em contrapartida, para Isaías, Deus é poderoso para tal livramento, e fiel para executar o que prometeu. Por isso, na última frase do v.13, o profeta, dirigindo-se a Acaz, chama Javé de “meu Deus”. A profecia do Emanuel distancia-se da incredulidade, e aloca-se ao lado daqueles que aguardam o livramento de Javé. Então, a 'almah não está no palácio, mas entre aqueles que confiam em Deus, diferentemente de Acaz e sua corte que confiam no militarismo assírio.  A “mulher jovem” pode ser identificada com a “profetisa”, a esposa de Isaías (Is 8.3). Os “filhos” da profetiza e de Isaías tornaram-se “sinais e símbolos em Israel da parte do Senhor dos Exércitos” (Is 8.18).

O v.15 descreve um tempo de escassez material. O Emanuel comeria “coalhada e mel”. Alguns intérpretes acreditam que tais alimentos aludem a um tempo de abastança. De fato, coalhada e mel para os antigos nômades da Palestina significavam fartura. Mas, considerando-se que a palavra isaiana dirige-se àqueles que estão no palácio, acostumados com abundância de alimentos mais desejáveis do que a coalhada e o mel, então pode-se inferir-se que a profecia isaiana aponta a um período de escassez. Como já notamos, o sinal de Deus para Acaz expressa o juízo sobre a casa de Davi. Isso é melhor esclarecido nos v.16-17. Mas, o v.15b assevera que esse tempo de racionamento alimentar duraria até que, no Emanuel, surgisse a consciência ética de discernir entre o mal e o bem. Isso aconteceria quando o menino tivesse aproximadamente doze anos27 (mas não é um período exato de tempo). 

Esse período (aproximadamente 12 anos) seria marcado pela escassez de alimentos, bem característicos em período de guerra. Mas quando o Emanuel se tornasse um 'rapaz' capaz de discernir entre o mal e o bem, os inimigos de Acaz, os reis da Síria e de Israel, seriam derrotados.   

O v.16 explicita o que aconteceria, quando o menino soubesse rejeitar o mal e escolher o bem: será abandonada a terra, diante de cujos dois reis tu te apavoras. A profecia de Isaías foi proferida em 734 a.C. De fato, em 732, a Assíria subjugou Damasco, e em 722 Samaria caiu mediante o poderio assírio. Assim, Isaías, e o próprio Emanuel, contemplaram a queda dos dois reinos que ameaçavam Judá. O Emanuel já teria a capacidade de discernir entre o mal e o bem; teria, portanto, a capacidade de entender a ação de Deus na história do seu povo, e perceberia assim o mal da incredulidade e o bem da confiança em Javé.

Mas há ainda um último aspecto do “sinal”, no v.17. Trata-se da vinda do “rei da Assíria” contra a dinastia de Davi (“sobre ti”/ “sobre o teu povo” / “sobre a casa do teu pai”). O rei Acaz, diante da ameaça de invasão dos reis da Síria e de Israel, preferiu confiar em Tiglate-Pileser, rei da Assíria, a confiar na provisão de Javé prometida através de Isaías. De fato o rei assírio livrou Judá da ameaça (2Rs 16.5-9). Mas logo o aspecto salvador de Tiglate-Pileser se revelaria como perigoso para Judá. Em 701, a Assíria arrasou as terras de Judá, apesar de não ter conseguido entrar em Jerusalém (Mq 1.9-16; Is 22). 

Portanto, pode-se resumir assim o “sinal” de Deus para o rei Acaz:

- o nascimento de um menino, expressando juízo para a casa de Davi e esperança para aqueles que confiam em Javé;
- um período de escassez experimentado pelo menino;
- destruição dos inimigos da casa de Davi.

5. Significado hermenêutico do Emanuel

Mas afinal, “a jovem” mencionada em Isaías 7.14 é uma personagem histórica do século 8 a.C. ou é Maria, mãe do Senhor? O Emanuel é um personagem histórico contemporâneo ao profeta Isaías ou é Jesus?

O Emanuel tem duplo sentido. Um, restrito à época do profeta do século 8. Outro, aplicável a Jesus. Ou, em outros dizeres, a profecia de Isaías se cumpriu em dois estágios. O primeiro, diz respeito à época do profeta. O Emanuel nasceria num curto período de tempo (7.15-16). Mas, num segundo estágio, a profecia de Isaias se cumpriu definitivamente em Cristo, conforme relatou o evangelista Mateus (Mt 1.23). Mesmo que o Emanuel fora um personagem contemporâneo a Isaías, Mateus não estava errado ao afirmar que, com o nascimento de Jesus, se cumprira a palavra do profeta. Mateus era judeu, e, “familiarizado com o método hermenêutica dos rabinos, ele se vale da tipologia, a prática de ver um evento ou uma pessoa como tipo de outro evento ou uma outra pessoa.”28Aqueles que confiavam no poder libertador do Senhor, como Isaías e sua esposa, foram protegidos do ataque siro-efraimita. E Deus mantém-se fiel “nos tempos de angústia que se seguem, até que culminem no nascimento de Cristo”.29

Nesse ponto, é importante notar o que diz Gerhard van Groningen:
 
“A virgem, que era um sinal para Acaz, foi um cumprimento inicial no sentido de que foi uma precursora ou, mais precisamente, um tipo de Maria. Esta, ao dar o nascimento de Jesus, realizou completamente o que tinha sido uma realização incompleta, embora real. Considerando que Isaías profetizou a respeito do nascimento de Jesus como o cumprimento seguro e completo da promessa de Yahweh a Davi (2Sm 7.12-16), o sinal de Acaz a respeito da virgem e seu filho era um estágio necessário no desenvolvimento do plano de Yahweh quando a casa de Davi esteve sob uma severa ameaça de extinção.”30
O comentário de Lohfink também é oportuno: 

“Naturalmente, só se pode dizer a última palavra quando se reconhece o pressuposto de Mateus, quer dizer, que Jesus de Nazaré é aquele que tinha sido esperado pelos séculos. Já de início, Isaías tinha querido dizer apenas uma só coisa! Deus permanecerá fiel às suas promessas feitas à dinastia de davídica. Mateus queria dizer exatamente uma só coisa: Deus permanece fiel às suas promessas feitas à dinastia davídica. E assim ele diz, precisamente, que a palavra do profeta foi realizada em Jesus de Nazaré.”31
Conclusão 
O Emanuel referido em Isaías 7.14 é um tipo, um anúncio do Cristo que viria. Do mesmo modo, “a jovem” é uma profecia referente não somente à mãe do Emanuel contemporâneo de Isaías, mas à Maria, mãe do Senhor. Por um lado, a profecia isaiana refere-se a acontecimentos a serem cumpridos em curto prazo, na época do profeta. Por outro lado, certamente a profecia não se esgota com os acontecimentos envolvendo Judá oito séculos antes de Jesus.

Assim, talvez não devêssemos simplesmente perguntar se a palavra 'almah pode ou não ser traduzida por “virgem”, em Isaías 7.14. Deveríamos perguntar em que sentido esse termo hebraico deve ser traduzido. No sentido exegético, a tradução “a jovem” é preferível. Mas, hermeneuticamente, interpretando o Antigo Testamento na perspectiva do Novo Testamento, “virgem” torna-se uma tradução também aceitável de Isaías 7.14, no contexto das expectativas messiânicas que os judeus alimentavam quando o filho de Maria nasceu em Belém da Judéia.  Por isso, ambas as traduções, “a jovem” e “a virgem”, são admissíveis.  

Há ainda outro aspecto deveras importante na promessa da vinda do Emanuel. O Emanuel, para a casa de Davi, simboliza tanto a esperança quanto o juízo. É esperança, porque Deus promete a destruição das nações que se levantam contra a dinastia escolhida para trazer o Messias ao mundo. É juízo, porque a dinastia, em seu aspecto político e espiritual, na pessoa de Acaz, decidiu-se pela incredulidade. Mas com o juízo, a esperança retorna novamente. O nascimento do Emanuel, apesar de denotar a ameaça de Deus contra Acaz, também reafirma as promessas do Senhor outrora feitas a Davi. Afinal, o reino de Davi haveria de ser eterno (1Sm 7). Por isso Deus não permitiria, em hipótese alguma, o aniquilamento da dinastia de Davi, planejado por Rezim e Peca (Is 7.3-9). A monarquia de Davi haveria de continuar até o advento do Messias, em cumprimento à promessa divina que dizia: “teu trono será estabelecido para sempre” (2Sm 7.16).

“As ameaçadoras palavras de Acaz são também palavras de promessa. A casa de Davi continuará. O sinal é uma profecia para então, para o futuro próximo e também para o futuro distante. Yahweh continuará a ser o Deus fiel mantenedor do pacto. Ele continuará a estar com o seu povo. A casa de Davi não será extinta.”32

Portanto, o Emanuel de Isaías 7.14 rompe com a dinastia de Davi em seu aspecto político e militar. Na verdade, o nascimento do menino anuncia ameaça e ruína para aqueles reis que confiam no militarismo. De fato, o Messias do Novo Testamento, embora da linhagem de Davi, nenhuma relação tinha com a ética da corte davidita do Antigo Testamento compromissada com políticas que afrontavam Deus. Por isso, o Rei dos judeus, em sua vivência na Palestina, dizia: “meu reino não é deste mundo”.

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Notas:
1Nota de rodapé da Bíblia de Jerusalém – Nova Edição, revista e ampliada, São Paulo, Sociedade Bíblica Internacional/Edições Paulus, 5a edição, 2002. 
2Para a identificação do sujeito do verbo dabar “falar”, pode-se seguir a proposta da Bíblia Hebraica Stuttgartensia, e inserir yexa'yahu Isaías” no lugar de yhwh, o nome sagrado de Deus, normalmente transliterado por “Javé”. Pois, nos v.11-17, Deus está na terceira pessoa: no v.11, o sujeito refere-se a Javé, e no v.13 o sujeito dialoga com o rei Acaz, mencionando Deus pela primeira pessoa (“meu Deus”). E os v.14-17 procedem da boca do mensageiro, que fala em nome de “Adonay” (v.14) e “Javé” (v.17). Então, a rigor, quem fala no v.10 é Isaías. Mas considerando Isaías como mensageiro autorizado de Javé, pode-se manter o nome divino no texto. 3“pede”: possivelmente um imperativo de xa'al “pedir”. A Septuaginta e a Vulgata propõem xe'olah“xeol/mundo dos mortos”. 4“na profundeza”: tradução de ha'emeq hifil infinitivo absoluto de 'amoq “ser profundo”. 5“na altura”: tradução de habeah hifil infinitivo absoluto de gabah “ser alto”. 6“cansar”: tradução do hifil infinitivo la'ah “cansar”, “fadigar”. 7“que”: tradução da partícula conjuntiva ki8“também”: conjunção gam “também”, “em especial”. 9“jovem”: tradução do hebraico 'almah. A LXX (Septuaginta) traduziu parthenos “virgem”. 10“e chamará”: tradução do qal perfeito na terceira pessoa no feminino. 11“separou”: tradução do qal infinitivo sur12“o rei da Assíria”: no final do verso. Segundo a Bíblia Hebraica Stuttgartensia, trata-se de uma adição. Mas, veja John Oswalt, Isaías, Volume 1 – capítulos 1 a 39, São Paulo, Cultura Cristã, 2011, p.268. O texto refere-se à Assíria como instrumento divino de punição à dinastia de Davi.13David F. Payne, “Isaías”, em F. F. Bruce, Comentário Bíblico NVI – Antigo e Novo Testamento, São Paulo, Editora Vida, 2009, p.1007.   14Milton Schwantes, Da vocação à provocação – Estudos exegéticos em Isaías 1-12, 3edição ampliada, São Leopoldo, Oikos, 2011, p.350. 15Milton Schwantes, Da vocação à provocação, p.350.16Martinho Lutero, citado por Milton Schwantes, Da vocação à provocação, p.350.17Sigo aqui a proposta de Hans Wildberger: com o termo “homens”, o profeta Isaías pensa em si mesmo.  Hans Wildberger, Jasaja 1-12, Neukirchen, Neukirchner Verlag, 1965-1972,  p.287-288 (Biblischer Kommentar Altes Testament 10/1).18Esse é o sentido da conjunção gam “também”, “em especial”.19Otto Kaiser, Isaiah 1-12: a commentary, Philadelphia, The Westminster Press, 1972, p.100-105 (The Old Testament Library).20Milton Schwantes, Da vocação à provocação, p.352.21Allan A. Macrae, artigo ~l[ ‘lm II, em R. Laird Harris; Gleason L. Archer Jr., Bruce K. Waltke (organizadores), Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento, São Paulo, Vida Nova, 1998, p.1125-1126. 22J. Ridderbos, Isaías: Introdução e comentário, 2a edição, São Paulo, Vida Nova, 1995, p.102 (Cultura bíblica; v.17).23Milton Schwantes, Da vocação à provocação, p.352. Essa é a mesma interpretação de J. Ridderbos,Isaías, p.102.24Johannes Hollenberg e Karl Budde, Gramática elementar da língua hebraica, São Leopoldo, Sinodal, 1972, item 15a3.25“Acaz estava apavorado e sabia-se ameaçado de morte. Sabia que a existência da nação também estava sob o risco. O nascimento do seu filho era a garantia da perpetuação da dinastia davídica, da qual ele, mesmo sendo infiel a Iahweh, era o representante.” Isaltino Gomes Coelho Filho, Isaías: O Evangelho do Antigo Testamento, Rio de Janeiro, JUERP, 2001, p.96. 26 Milton Schwantes, Da vocação à provocação, p.353. John Oswalt identifica a 'alma com a esposa de Isaías, ao afirmar que o Emanuel é o mesmo menino mencionado em 8.1-4, o Maher-xalal-hax-baz “Rápido-Despojo-Presa-Segura”. Para Oswalt, há um nexo entre 8.3 e 8.10; este último texto menciona o Emanuel. John Oswalt, Isaías, Volume 1 – capítulos 1 a 39, São Paulo, Cultura Cristã, 2011, p.267.  O problema é que a profecia de 8.4 localiza-se, aparentemente, muito mais próxima à destruição dos inimigos de Judá do que a profecia de 7.16. 27Ou vinte anos. Otto Kaiser, Isaiah 1-12, p.104. 28Isaltino Gomes Coelho Filho, Isaías: O Evangelho do Antigo Testamento, p.98. 29J. Ridderbos, Isaías, p.102.30Gerhard van Groningen, Revelação messiânica no Antigo Testamento: A origem divina do conceito messiânico e seu desdobramento progressivo, São Paulo, Editora Cultura Cristã, 2003, p.515.31Norbert Lohfink, Profetas Ontem e Hoje, São Paulo, Edições Paulinas, 1979, p.68.32Gerhard van Groningen, Revelação messiânica no Antigo Testamento, p.515.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Surgimento do nome Lúcifer - Por Themmy Lima


Durante a jornada cristã não poucos são os que tem dúvidas quanto a este nome, numa breve e sucinta reflexão sobre este assunto exponho alguns esclarecimentos a respeito do surgimento do nome Lúcifer.
Para uma reflexão mais apurada a respeito do assunto nome “Lúcifer” sugiro pesquisa através de Léxicos e Dicionários onomatológicos.

Surgimento do nome  LÚCIFER

Palavra que aparece na VULGATA em Is 14.12. 
Quer dizer “fonte de luz” e, segundo alguns BIBLISTAS, refere-se ao rei da Babilônia.

Todo rei no mundo antigo e considerando suas culturas eram vistos como um “deus”.
Este costume pagão da época também aplicou-se ao rei babilonico, provavelmente indicam-do-o a semelhança ao planeta Vênus, considerado como “a estrela da manhã” por que o brilho desaparece com o nascer do sol.
Outros entendem que a referência é a Satanás, e é nesse sentido que se usa “Lúcifer” hoje.

QUEM LANÇOU O TERMO  VULGATA
Vulgata é a versão da Bíblia para o latim, feita por Jerônimo, de 382 a 404 d.C.  “Vulgata” quer dizer “divulgada, espalhada”, palavra que só foi aplicada à Bíblia de Jerônimo a partir do século XIII.

TEXTO BÍBLICO 
Isaías 14.12 - Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações!

CONTEXTO HISTÓRICO PARA O TERMO “estrela da manhã”
14.12-15 O rei da Babilônia é comparado com a estrela da manhã, filha da alva, astro que os cananeus consideravam como um deus que desejava colocar-se acima dos demais deuses.
Esse deus, segundo criam os cananeus, habitava num monte localizado em um distante ponto do Norte.
Com essa figura, o autor ridiculariza o orgulho e a arrogância do rei da Babilônia, insinuando que também ele deverá cair como aquele deus pagão.
Cf. a passagem sobre a queda do rei de Tiro em Ez 28.11-19.

Profº. Themmy Lima

22/05/13.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Campanha existe na Igreja? - Por Themmy Lima


Campanha existe na Igreja? - Por Themmy Lima
Estimados irmão ou leitor do Blog "Núcleo do Pensamento Teológico", cansado da torrencial chuva de besteirol estabelecido nas Igrejas do Senhor, por parte da turma conhecida em nossos dias por Neo-pentecostais.
Debrucei-me a pesquisar sobre o sentido da tal "campanha". (Visando Soluções de problemas)
Neste sentido vale lembrar que o negócio ficou tão marcante neste meio que é campanha para tudo.
- campanha para o marido voltar para casa
- campanha para a mulher voltar para casa
- campanha da prosperidade individual ou familiar
- campanha do sal ungido quebrando maldição
- campanha das portas abertas e por aí vai.

O que me choca é que tudo isto seria válido se não fosse anti-bíblico.
Então comecei a indagar onde está estabelecido nas entrelinhas das SAGRADAS ESCRITURAS o direito cristão para "acampainhar" campanhas de prosperidade visando soluções de problemas de qualquer ordem.
Então surgiu a pergunta:
Existe campanha na Igreja?
Abaixo segue parte de um dos tópicos que abordo no meu livro "O que a prosperidade me roubou" sito nas paginas 79 a 84.
Após ler de sua opinião isto me será muito válido.


Campanha existe na Igreja?
Um dos maiores problemas que estamos enfrentando em nossos dias, em relação à Teologia da Prosperidade é concernente as tais “campanhas”.
Torna-se até um absurdo compartilhar com estas besteiradas, elas estão invadindo nossas igrejas, visando apenas e tão somente o dinheiro do devoto.
É campanha de libertação, campanha da pobreza, campanha de cura, campanha da rosa ungida, campanha da prosperidade e por aí a fora, é campanha atrás de campanha.
No entanto não encontro respaldo bíblico para esta prática  que dia após dia está dominando Igrejas tidas como sérias.
Visando refutar esta prática quero propor uma reanálise quanto a tal “campanha”.
Ao longo dos anos tenho aprendido a não fechar uma questão, tendo-a como absoluta, por isso qualquer pessoa que consiga me refutar a este respeito, terei humildade em reconhecer meu erro e o terei como parceiro teológico visando sempre o Reino de Deus ser glorificado.
origem da palavra campanha
A palavra “campanha” tem sua origem na palavra Campo, trata-se de uma palavra de grande antiguidade, com numerosas aplicações em diversos idiomas; Seu início se calcula ser o Indo-Europeu kamp-, “dobrar”. Ainda nesse idioma não-atestado, kampos quereria dizer “canto de terreno ou pequena baía arredondada”.
Foi no Latim que uma descendente das anteriores começou sua prolífica carreira. Neste idioma, primeiro se dizia campus para “área cercada”, mesmo que fosse por obstáculos naturais, como bosques ou colinas.
Mais adiante, campus passou a designar uma área plana, adequada para plantio. Por extensão, passou a designar os hábitos e modo de viver de pessoas que se dedicavam à agricultura e à criação, em oposição aos que viviam na urbs, na cidade.

“Campo”, na visão MILITAR.
Apesar das cenas bucólicas que você traz ao pensamento, há termos militares que são seus derivados; Por exemplo, campeão. Antes de ser “o vencedor” numa disputa qualquer, essa palavra designava o guerreiro que lutava no campo, em lugar aberto e exposto, não um bandido que atacava à traição nos bosques.
O que nos remete entender que o local da guerra num sentido figurado propriamente dito é o mundo e não a Igreja.
Uma campanha militar recebeu esse nome porque os enfrentamentos entre exércitos costuma-vam ser feitos em campo aberto.  
Acredito terem razão; como se não bastasse os soldados enfrentarem outros que os queriam matar, ainda iam lutar em terreno irregular, subindo e descendo morros?
Isto, mostra-nos as dificuldades que temos nos mais variados campos de batalhas que temos seja no âmbito fisico ou espiritual; Até há poucos séculos, os exércitos europeus passavam o inverno aquartelados e iam fazer suas campanhas no verão, que lutar no frio não lhes rendia boas colheitas.
Na visão Bíblica mostra-nos extratégias contra o inimigo; Aliás, em épocas muito mais antigas há mais de 2000 anos, os exércitos na região da Babilônia, antes de se defrontarem, chegavam ao extremo de aplanar o chão entre eles previamente à batalha, para conseguirem maior aproveitamento na batalha.
etimologia
Do Latim campania nos veio também a campanha com o significado de “terreno aberto, planície”.
Uma missa ou oração campal é uma cerimônia feita em lugar aberto, fora da igreja.
E daí também, por estranho que pareça, campanário, torre de sinos numa igreja”. Em nosso idioma usamos pouco a palavra campana para “sino”, mas ela resiste nos dicionários. Em Espanhol ela é amplamente usada.
Para designar esse instrumento que se usa para conclamar os fiéis à missa (oração), a palavra veio do Latim vasa campana, “”vasos de bronze feitos na região da Campania”, que recebeu esse nome justamente por ser plana.
Devo registrar que campainha é um diminutivo em pleno uso de campana.
E campânula é uma palavra que designa um objeto de forma de sino. Pode ser de vidro, como uma manga de lampião, ou pode designar a forma de um tipo de flor, por exemplo.
Naturalmente que acampar, “estabelecer-se temporariamente fora de prédios” vem de campo. E campesino, “habitante do campo”, também.
Em certos lugares do país, se usa a palavra campear para “procurar”. Esse sentido se origina da busca de animais desgarrados no campo. (Podemos imaginar que no “campo” (mundo), como diz a Bíblia). campanha pode incentivar a busca de “ovelhas” perdidas
Em outros pontos, designa-se uma jaqueta curta como campeira, pois se trata de uma jaqueta, abrigo curto para o tórax, peça de roupa que não prejudica o ato de montar para percorrer o campo; Outro uso pacífico de campus é para designar a área de uma universidade; isso começou em Princeton, em 1774.
Entre as palavras estrangeiras suas parentas que estão estabelecidas entre nós, temos champagne, o vinho espumante bem conhecido, feito na região da França que atende por esse nome.
Também nesse caso está o conhecido champignon, derivado do Latim campaniolus, o que indicava ser ele colhido nos campos.
         Visto que “campanha” não tem nada ha ver com prosperidade a não ser um campo a de guerra aberta, proponho que os leitores, os pastores e lideres em geral, aprendam que “campanha” se faz na casa de desviados da “Palavra de Deus” ou principalmente os “ímpios” que ainda não conhecem Jesus, justificando assim a luta no campo de batalha que para nós trata-se do mundo; Quanto a Igreja é lugar de “voto”, buscar a glória de Deus.
2 Crônicas 7.14-16
V14 e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. v15 Agora, estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. v16 Porque, agora, escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.


         O DISFARCE CRISTÃO
A dita campanha nas igrejas evangélicas é nada mais do que a reprodução fiel da conhecida "novena" da igreja católica.
Não obstante ser difícil afirmar já haver igrejas denominadas evangélicas que adotaram o termo "novena", para as suas campanhas. 
Portanto, é sem dificuldades que afirmo estarmos introduzindo doutrina de origem pagã no seio da igreja evangélica.
E se não fora paganismo, teríamos respaldo bíblico para esta prática, no entanto carecemos deste respaldo,  visto nas escrituras não haver uma única passagem que venha fundamentar o emprego dessa doutrina.
Fica claro, portanto, que quem desta prática goza, pratica paganismo.
         Para os que afirmem terem conseguido coisas tanto no âmbito material como espiritual, deixo meu alerta.
Satanás ao tentar Jesus disse-lhe:
Mateus 4.9
Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
         Se ele teve a petulância de oferecer a Jesus o que não era dele, engana-se quem pensa que Satanás não dá nada a ninguém.
         Tanto é que o apostolo Paulo escrevendo aos Corintios reafirmou minha posição teológica.
2 Corintuos 11.14
E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.

Se o próprio Satanás pode se transfigurar em anjo de luz quanto mais enganar os escolhidos com suas façanhas.

Que ninguém nos engane. 

Por Themmy Lima.
Bacharel em teologia, escritor e exegeta e apologista.

  

Haverá tristeza o céu? (Parte 1)