quinta-feira, 20 de junho de 2019



A Nuvem de Glória
Professor Pr. Themmy Lima


Texto Áureo

Verdade Prática
Se exaltado, Ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra.”
(Sl 57.5)

Adoremos e louvemos a Deus, pois a sua glória enche os Céus e a Terra.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 40.34-38; Números 9. 15,16



Êxodo 40.34-38
Vers.

Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo:
34

De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo.
35

Quando, pois a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.
36

Se a nuvem, porém não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava;
37

Porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.
38

Números 9. 15,16


E no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho: e à tarde estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã.
15

Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo.
16


INTRODUÇÃO

Basicamente encontramos dois itens centrais para desenvolvimento do pensamento teológico, e, portanto, teofânico da presença/manifesta de Deus entre os homens; esta é então, a finalidade básica da lição mostrar a presença de Deus em meio ao povo escolhido.
Para entender este processo de forma clara e objetiva é necessário entender uma disciplina bíblica que retrata esta questão a Tipologia e a Simbologia Bíblica (TSB). Esta disciplina é fundamental para qualquer estudante das escrituras e principalmente quando voltado à manifestação de Deus entre os homens.
Há determinada (s) denominação (es), que acusa os assembleianos de simbolizar ou tipificar (no melhor sentido da palavra), em demasia varias passagens bíblicas, contudo, esquecem-se que a tipologia bíblica é instaurada pelo próprio Deus.
HABERSHON – nos informa em seu [1]livro que: “O próprio Deus lhes atribui muito valor. Foi sei Espírito quem projetou; Hebreus nos ensinam, pois, que na construção do Tabernáculo todos os pormenores foram por ele planejados”. 
Assim, neste estudo, boa parte dos textos analisados bem como expressões surgidas no decorrer do estudo precisam necessariamente ser vistos a luz da tipologia bíblica.
Como é o caso da nuvem que possui um adjetivo (glória) que lhe acompanha, resta-nos, portanto, entender o sentido que o autor pretendeu empregar para expressão “nuvem” nos textos apresentados.
A Nuvem e a Glória, ambas voltadas ao SENHOR expressam sua vontade em “ajudar” o povo, para tanto, utiliza da personificação da SUA presença.
Sendo que a nuvem procura manifestar SEUS atributos ao passo que a glória procura demonstrar SUA manifestação no ambiente onde é invocado ou se faz presente por livre escolha.
            Há de se observar a necessária distinção entre “presença” e “manifestação”, uma vez que, nem toda presença implica em manifestação, mas toda manifestação implica em presença.

Definição do que vem a ser uma nuvem?
            [2]A nuvem ou uma nuvem é um aglomerado de vapor de água que se mantém em suspensão no ar, entre o céu e a terra, que os ventos levam ao acaso, o fenômeno possibilita grande variedade de formas e efeitos.
            Analisando esta proposta concluímos por meio dos textos bíblicos que Deus se envolve com seu povo como camaleão na medida em que anda molda-se as necessidades do povo, Jesus deixou isso claro ao dizer a Nicodemos. (O vento sopra onde quer, você escuta o seu som, mas não sabe de onde vem, nem para onde vai; assim ocorre com todos os nascidos do Espírito.João 3.8)
            Posto isto, passemos para a parte introdutória que procura apresentar algumas características da nuvem.

Sete características primárias da Nuvem:
1.      Forma-se onde não se tem conhecimento. (ideia de ETERNIDADE – Sl 90.1-2; Jr 10.10-12)
2.      Desaparece e ninguém possui controle do processo. (ideia de MAJESTADE – Is 9.6)
3.      Formada de água sempre nos ares. (ideia de ELEVAÇÃO – Lc 24.51)
4.      Ajunta partículas (povo) Shemá = ouvir. (ideia de UNIDADE COMPOSTA – Dt 6.4)
5.      Pode ser vista, mas não permite ser tocada, (vento). (ideia de ONIPRESENÇA – Sl 139.1-5)
6.      Envolve, mas não é envolvida. (ideia de SOBERANIA – Ef 1.11; 1Tm 6.15-17)  
7.      Está sempre entre o visível e o invisível. (ideia de ESPIRITUALIDADE – Jo 4.24)  

A nuvem como processo de operação e condução
            Existem dois tipos de nuvens ordinárias a vida humana, a saber, leves e pesadas que simbolizam as operações de Deus em relação às ações do povo:

·         NUVENS LEVES – tornam-se mais elevadas do que a água que as compõem, o AR (sopro de vida), passa ser superior à água (manutenção da vida).
·         NUVENS PESADAS – produz um espaço opaco entre o céu e a terra simbolizando a justiça de Divina, neste sentido a manutenção da vida (água), é paralisada dando espaço para a Justiça.
     
ANÁLISE DO VERSÍCULO 34
A nuvem cobria a tenda da congregação que ficava no espaço onde estava o Tabernáculo.

É importante distinguir a diferença entre Tenda e Tabernáculo.
Tenda – representa o local temporário de relacionamento entre os homens e Deus. A palavra hebraica para apresentar o sentido de tenda é demasiadamente ampla com varias vertente e possibilidades, porém, apresentarei a que a meu ver se enquadra melhor ao propósito do estudo “סוכה – transliterado passa ser sukah a qual a tradução pode dar sentido para cabana, choupana, tenda; tabernáculo”.

Tabernáculo – representa o local temporário de relacionamento entre Deus e os homens. A palavra hebraica para tabernáculo é MISHKAN שָׁכַן “habitar, morar; situar, estabelecer” ou “שִׁכֵּן instalar, estabelecer, alojar” podem ser vistas em (Êx 26.7) ambas apontam para a tenda onde é mais amplo o sentido. O NT definiu de forma irrefutável a presença manifesta de Deus entre os homens. (Ap 21.3)
Quem melhor definiu o sentido das tendas e do tabernáculo foi o Apóstolo Paulo em duas situações (1) quando registra sua profissão como fabricante de tendas, portanto, familiarizado com todos os processos de confecção e costumes culturais (At 18.3) em outra oportunidade com os filipenses (Fl 1.23) expressa um conflito enorme envolvendo os mundos físico e espiritual por meio da palavra “partir” é nesta palavra que repousa nossa definição.
            A palavra “partir” vem de um termo militar que significa “desmanchar a tenda e partir” Paulo se via como um militar (2Tm 2.3) e grande parte das suas falas eram envoltas ao serviço militar, o Apóstolo via seu corpo como sendo uma “tenda” assim como os herdeiros da fé “Por fé, habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa”. (Hb 11.9) observe as expressões (habitou – cabanas), ambas indicam “tenda”.
            Alude a uma viagem de peregrinação em que os soldados não viam a gora de desmontar a tenda e partir para seus lares ao seio da família, por isso, que a bíblia diz que somos peregrinos. (2Pe 2.11)
            Mas, quem definitivamente expressou o sentido de “tendas” foi o Apóstolo João ao escrever sobre nosso Senhor Jesus Cristo “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do pai, cheio de graça e de veracidade. [(verdade)]”. (Jo 1.14) Por isto, que se diz que Jesus Tabernaculou entre nós. 
WUEST[3] – definiu esta passagem como: “E a PALAVRA estabeleceu residência numa tenda entre nós”.

            O tabernáculo que apontava para a atual Igreja recebia a presença e manifestação de Deus entre o povo e nos garantiu o sentido do ARREBATAMENTO da Igreja. “E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, e com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.” (Ap 21.3)

ANÁLISE DO VERSÍCULO 35

De maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo.
           
O versículo 35 começa novamente trazendo referencia a nuvem ao tabernáculo, mas agora também o acrescento da glória. Como já esposemos sobre a nuvem e sobre o tabernáculo repousaremos nosso avanço sobre o que seja a glória.
Antes, vejamos o motivo pelo qual Moisés fora impedido de entrar na tenda.
            Em Êxodo 33.7 lemos: “E tomou Moisés a tenda, e a estendeu para si fora do arraial, desviada longe do arraial, e chamou-lhe a tenda da congregação: e aconteceu que todo aquele que buscava o SENHOR saiu à tenda da congregação, que estava fora do arraial”. A formação de uma sociedade é difícil porque precisa de regras, leis e mandamentos esses ingredientes nem sempre são bem aceitos porque envolve mudança de direção em relação aos costumes atuais que geralmente estão fora dos parâmetros necessários pra uma nova vida em sociedade.
            Moisés era o líder que Deus havia escolhido para ser mediador entre Deus e o povo e a relação promíscua do povo fez com que Moisés armasse sua tenda fora do arraial (a localidade onde estava armado o tabernáculo), dando-lhe o nome de ”Tenda da Congregação” local onde Deus descia em forma de nuvem para fala com Moisés.
            Em certa ocasião Deus não somente desceu em forma de nuvem, mas manifestou sua presença por meio da sua glória ao que também podemos definir como Shekinah.
            Existe um principio embutido em (Êx 40.35), relacionado à “fidelidade” ao qual apresento a seguir:
Mesmo Moisés sendo o líder escolhido por Deus, prefigurando um antítipo do FILHO DE DEUS o Messias prometido ele não era propriamente o MESSIAS.
            Por isso, ao demonstrar sua glória vemos a soberania de Deus em manter-se sempre fiel e a frente do homem pecador, porque em algum momento o homem falhará em sua proposta, mas Deus eternamente manter-se-á FIEL a sua proposta neste sentido mesmo Moisés mantendo-se fora do arraial, Deus estava a sua frente antes mesmo dele entrar em sua tenda.
            Este impedimento para entrar na tenda expressa a seguinte lição, enquanto Deus não estiver a frente de nossa estrutura física, não estamos prontos para entrarmos no Tabernáculo de Deus, ELE se envolve em nossa tenda, mas nós não nos envolvemos com SEU Tabernáculo. Após a entrada de Deus na tenda, Moisés podia entrar e envolver-se com a glória de Deus e o relacionamento tinha sequencia. (Êx 33.9)

O que é glória?
            A palavra glória tem emprego variado na bíblia, comumente a conhecemos por Shekinah, esta palavra tem origem nos rabinos judeus que a empregavam para designar a “habitação [de DEUS] entre os homens” – mais apropriadamente podemos definir “glória” por a habitação de Deus entre os homens.
Longe de exaurir o assunto centralizaremos nossa reflexão em duas etapas no AT (especificamente no deserto) e em o NT estabelecido em Jesus.
  
No Antigo Testamento
·         Podia ser utilizada para mostrar o esplendor e majestade de Deus. (1Cr 29.11; Hc 3.3-5)
·         Manifestação tão poderosa que nenhum homem podia ver e continuar vivo. (Êx 33.18-23)
·         Coluna de nuvem e fogo. (Êx 13.21)
·         Outorgou a LEI. (Êx 24.16-17)
·         Guiou Israel. (Êx 40.36-38)

No Novo Testamento
·         Pode expressar um nome de Deus usado por Pedro. (2Pe 1.17)
·         Transcendência Divina (Rm 11.36; Hb 13.21)
·         Jesus possuía a mesma glória que o PAI. (Jo 17.5)

    Em uma passagem encontramos a manifestação do próprio Deus encarnado em seu FILHO presente na transfiguração registrada pelo Evangelista Mateus.

ANÁLISE DOS VERSÍCULOS 36-37

Quando, pois a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém não se levantava, não caminhavam até ao dia em que ela se levantava.

A dependência transforma pessoas
            A dependência é algo que acompanha desde a existência humana a todo e qualquer ser vivente, não existe, um só momento da vida em que não sejamos totalmente dependentes de Deus. Mesmo na eternidade seremos totalmente e exclusivamente dependentes de Deus, a única diferença é que neste ultimo estágio não mais sofreremos sobre as artimanhas do satanás, mas gozaremos favoravelmente da bondade do nosso Criador.
No deserto este processo tornou-se mais evidente, o caminho pelo deserto pode ser considerado “a faculdade de Deus” o homem precisa passar pelo deserto para prender a perder a soberba e a auto capacidade de conquista.
            Na peregrinação no deserto mesmo diante de todas as afrontas sofridas pelos israelitas (povo libertado do Egito), o Senhor se manteve fiel a sua promessa e longânimo em perdoar-lhes as afrontas e de forma amorosa cuidou deles durante 40 anos.
Estes versículos nos mostram como Deus é Misericordioso, Majestoso e Soberano para com o povo, em alguns períodos da caminhada Deus se manifestava por meio de uma nuvem; sem qualquer tipo de alarde e sem prévio comunicado se levantava em forma de nuvem aos olhos de todo povo como dizendo: “levantem-se temos que caminhar mais uma milha” esta era a oportunidade que tinham em seguir a Deus ou morrer no deserto.
            Em outras oportunidades o Senhor apenas parava onde entendia ser melhor para o povo onde desenvolveriam as habilidades necessárias para manterem-se firmes como dizendo: “descansem aqui, ganhem força no momento apropriado partiremos”.  
            Este senso de gratidão adquirido na travessia do deserto despertou nos judeus a necessidade de estabelecimento de uma festa que no judaísmo passou ser conhecida como Sucót (plural de Sucá), sign.; “cabanas ou tendas” esta festa deu origem a um feriado religioso judaico onde se comemora a sobrevivência no deserto em situações impossíveis.

[4]Os judeus praticantes – mesmo os que moram nas mais belas casas – constroem frágeis cabanas e lá “moram” durante toda a festividade, que duram oito dias. Nos países mais quentes, muitos judeus comem e dormem dentro da Sucá; nos mais frios, é permitido fazer somente uma das refeições do dia ali. A questão é trocar a segurança de uma casa por uma estrutura frágil, para que você perceba que, em última instância, toda a sua proteção vem de Deus. 
  
ANÁLISE DO VERSÍCULO 38

Porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.

A virada da vida
      Encontramos neste versículo o que eu considero “a virada da vida”, a saber, a distinção entre o dia e a noite, biblicamente o dia é reconhecido como a esperança ou oportunidade que recebemos de Deus ao passo que a noite expressa sofrimento, dor e assolação.
      Em sua infinita bondade Deus nos dá a cada dia oportunidade de escolhas como forma de não ser o propagador da morte Deus guardava o povo de dia, mas também de noite, interessante que neste versículo está registrado algo interessante digno de observação.
      Como já falamos da nuvem e sua composição, debruçaremos nossa atenção para o “fogo”.
      Se de dia encontramos a nuvem como agente protetor, à noite Deus prove o fogo como agente protetor, em ambas a forma Deus se apresenta como protetor e mantenedor da vida, ainda que as trevas (noite) venham para assolar e destruir a vida o SENHOR se apresenta como “FOGO CONSUMIDOR”.

Características do fogo
      A primeira proposta do fogo ao contrario do que grande maioria das pessoas pensa não é queimar antes, o fogo é uma manifestação de combustão rápida com emissão de luz e calor. Constituído por três entidades distintas, (1) o combustível (aquilo que queima), (2) o comburente (que permite a queima), (3) o oxigênio que produz o calor.
      A seguir apresento as formas primárias para observação, análise e aprendizagem sobre os três elementos básicos do fogo que são: (1) iluminar, (2) aquecer, (3) queimar.
      Destes três elementos discorrem a preservação ou destruição da vida.

·         ILUMINA – o fogo ilumina mesmo de longe sempre desprende luz. (SALVAÇÃO)
·         AQUECE – o fogo sempre desprende calor. (REGENERAÇÃO)
·         QUEIMA – o fogo intenso mais do que se pode suportar ele queima. (JUÍZO)
  Não é de se estranhar que o fogo seja um dos símbolos do Espírito Santo uma vez que em contato com o ser humano SUA primeira providencia é iluminar a mente (2Co 4.4), aquecer o coração e queimar as impurezas causadas pelo pecado.
Durante a noite no deserto Deus se apresentava não como guia, mas como preservador da vida, iluminando o povo, aquecendo o corpo e queimando (dissipando), as partículas do frio que poderia resultar em morte.
O estudo sobre o fogo é muito amplo e profundo, merece muita abordagem, mas por hora deixaremos registrado apenas o que nos interessa para reflexão e análise do texto.
Finalizo observando que este fogo que aparecia nos céus do deserto do Sinai não era um fogo qualquer, mas como diz o escritor aos Hebreus “porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” (hb 12.29)

ANÁLISE DOS VERSÍCULOS 15-16

E no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho: e à tarde estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã. Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo.”
                 
Como já discorremos sobre o sentido tipológico da nuvem e do fogo, vou me ater sobre o sentido de a nuvem parar sobre o tabernáculo.
Mesmo o tabernáculo sendo o local de habitação transitória de Deus ELE é maior que o próprio sentido de sua habitação, portanto, sua manifestação neste espaço físico era apenas aparente se assim podemos definir, uma vez que a manifestação da sua presença era magnifica aos olhos do povo.

SEGUNDA PARTE ANÁLISE DA LIÇÃO

Introdução: Na Revista o autor diz que “uma nuvem permanecia sobre o Tabernáculo” é uma verdade até porque o texto bíblico diz isto (Êx 40.34), contudo eu acrescentaria que cobria também ao povo.
Porque a finalidade eram duas: (1) No Tabernáculo mostrar sua presença entre o povo e (2) proteger o povo dos raios solares. 

I – A COLUNA DE NUVEM: A GLÓRIA DIVINA SOBRE ISRAEL (Êx 40.34)

1.      Quando “a nuvem cobriu a tenda da congregação”.
2.      A glória da sua presença.
3.      “Glória” no hebraico e no aramaico.

Há de se distinguir a relação inapropriada estabelecida entre as palavras Shekinah, e glória.
É muito comum definir a presença de Deus como Shekinah, contudo, em termos espirituais é necessário distinguir um termo do outro.
Uma passagem que expressa muito seguramente esta verdade encontra-se no diálogo entre Moisés e Deus em que o servo pede para ver a Glória (Kabbôdh), do Criador, mas é informado que nenhum mortal pode ver a Glória (Kabbôdh), de Deus e continuar vivo. (Êx 33.18-23)
No v11 somos informados que Deus fala face-a-face com Moisés essa é SUA Shekinah; a maneira como a Shekinah (manifestação), aconteceu não somos informados, mas uma coisa é certa a Glória (Kabbôdh), foi protegida pela mão (Poder), de Deus logo à distinção entre Shekinah e Glória é a que se segue.

Shekinah – é uma palavra empregada pelos cabalistas (que não necessariamente precisam ser judeus), que por meio da língua aramaica procurava expressar a manifestação da presença de Deus para não usarem o termo (Kabbôdh).
Neste sentido Shekinah pode ser aplicado às varias formas em que Deus se manifesta (ou), aos homens, p.ex., Numa Sarça (Êx 3.2), a Abraão (Gn 22.1), na Arca (Êx 25.10-11) em varias outras formas.   
Glória – (Kabbôdh) é diferente da Shekinah, uma vez que esta procura registrar tudo aquilo que envolve a personalidade Santa do PODER de Deus. – O PODER de Deus é sua essência Majestosa e Pura, Criadora, Mantenedora e atuante que a conhecemos como “SANTIDADE”.
O Senhor Jesus nos deu uma pista desta verdade. (Jo 17.2,5)

Um exemplo distintivo de (Kabbôdh) e (Shekinah) está no livro de Samuel (1Sm 4.20-21) “E chamou ao menino Icabô, dizendo: Foi-se a glória de Israel. Porquanto a arca de Deus foi levada presa, e por causa de seu sogro e de seu marido E disse: De Israel a glória é levada presa: pois é tomada a arca de Deus”.


לֵאמֹר
LEMOR
כָבוֹד
KHÅVOD
אִי-
Y
לַנַּעַר
LANAAR
וַתִּקְרָא
VATIQËRÅ
אֲרוֹן
ARON
הִלָּקַח
HILÅQACH
אֶל-
EL
מִיִּשְׂרָאֵל
MYSËRÅEL
כָבוֹד
KHÅVOD
גָּלָה
GÅLÅH


וְאִישָׁהּ:
VËYSHÅH:
חָמִיהָ
CHÅMYHÅ
וְאֶל-
VËEL
הָאֱלֹהִים
HÅELOHYM

כִּי
KY
מִיִּשְׂרָאֵל
MYSËRÅEL
כָבוֹד
KHÅVOD
גָּלָה
GÅLÅH
וַתֹּאמֶר
VATOMER

פF
הָאֱלֹהִים: HÅELOHYM:
אֲרוֹן
ARON
נִלְקַח
NILËQACH

O judeu dava o nome a um recém-nascido mediante as circunstancias do nascimento e deve-se considerar que eram vários tipos de nascimentos e circunstancias distinta, aqui encontramos o caso da mulher de Finéias que teve o sogro e o marido mortos atribuindo a isso a retirada da Arca (considerada a presença de Deus) o (Kabbôdh) = PODER, por isso o nome que dá ao filho é I-cabô em português em Hebraico כָבוֹד KHÅVOD o acréscimo “I” torna o nome “sem glória”.

II – A SHEKINAH QUE ESTEVE PRESENTE NAS PEREGRINAÇÕES DE ISRAEL

1.      A glória permanente de Deus.
2.      A nuvem de Deus nos montes e desertos.
3.      A nuvem se manifestou no propiciatório.

Posicionamento Lucano
Este PODER é o mesmo que o Evangelista Lucas registrou em seu evangelho e em Atos. (Lc 24.49; At 1.4) uma sólida exegese mostrará que essa promessa, portanto, PODER registrado em Lucas 24.49 trata-se do Espírito Santo o que está em conformidade com o que Jesus disse “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra”. (Mt 28.18)

Posicionamento Paulino
Paulo demonstrou este mesmo poder por meio exemplo dado aos coríntios “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, e todos comeram de um mesmo manjar espiritual, e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.” (1Co 10.1-4)

Estiveram todos debaixo da nuvem..................................................Proteção
Passaram pelo mar..........................................................................Poder
Foram batizados em Moisés.............................................................Confissão pública (testemunho)
Comeram de um mesmo manjar espiritual.........................................corpo de Cristo (Igreja)
Bebida espiritual.............................................................................Sangue de Cristo (Aliança)
Pedra espiritual...............................................................................Evangelho
Pedra era Cristo...............................................................................REDENÇÃO


Montes e desertos
      Deus é impressionante e ao mesmo tempo surpreendente todos seus atos expressam um propósito maior a qual o entendimento humano jamais conseguirá atingir, caso o SENHOR, não o revele. 
      A Bíblia apresenta três nomes possíveis para conhecermos os nomes atribuídos a este monte, sendo que antes precisamos entender o porquê de o povo ao sair do Egito, Deus conduz o povo por este caminho desértico até chegarem ao Sinai. – a questão é:
      Qual propósito de Deus nessa trajetória?
Vejamos por que: – Há um rabino prof. Zev Vilnay que diz que o termo Sinai deriva de “sne” que quer dizer “sarça ardente”, mas não ganha tanta credibilidade. Mas, por meio dos relatos históricos descobrimos que o nome “Sinai” deriva de “Sin”, deusa da lua um título pagão para um deus egípcio, outros afirmam sign. “fendido ou rachado”.
Ficamos com a posição histórica que nos é mais confiável e seguro sendo que os nomes atribuídos ao Sinai expressam um significado:                      
1) Monte Sinai (Êx 19.11-18; 20-24)
                                               2) Horebe (Êx 33.6;n24.13)
                                               3) Monte de Deus (Êx 3.1; 1Rs 19.9)

O monte apresenta uma formação “triangular” apontando para os três pontos da terra mais conhecidos da época: a Ásia, a África e o Oriente Próximo.
O monte registrava seis qualidades que só Deus poderia antever.

1.      Distanciava “onze jornadas” do Horebe ao Seir. (Dt 1.2)
2.      Era visto pelo povo que estava no vale. (Êx 19.11)
3.      Deveria ter um vale capaz de abrigar cerca de 3 milhões de pessoas. (Êx 19.17,18)
4.      Tinha que haver um espaço distante do povo. (Êx 19.12-13)
5.      Deveria ser alto suficiente para o povo contemplar o que nas alturas acontecia. (Êx 20.18)
6.      Precisava haver água no local para o povo. (Dt 9.21)

Neste lugar três são as ações que Deus vai exercer sobre a história de Israel (1) Dissipa os deuses pagãos egípcios daquela região, (2) Implanta conceitos éticos e morais daquela que viria ser a nação Israelita, (3) Institui o povo como nação que carregariam SEU NOME pela terra.

III – ALGUMAS LIÇÕES PARA HOJE

1.      A nuvem sobre o tabernáculo não era comum
2.      A nuvem permaneceu sobre o Tabernáculo
3.      A nuvem não é estática

A nuvem tornava-se incomum, pois,  “não obedecia as leis da natureza”, ou seja, os ventos não exerciam sobre ela poder de movimento, estavam sujeitos a ELE isso não existia na cultura egípcia, portanto, um fato novo para um povo que era escravo.

A manifestação de Deus é algo incompreensível a mente humana e jamais o poderá ser em 100% de exatidão, o mesmo Deus que estava nas nuvens sobre o Tabernáculo, também estava sobre a Tenda da Congregação, sobre o propiciatório, no meio do povo e atualmente dentro nos que aceitaram a Jesus.
Como uma mente finita pode asseverar tamanha grandiosidade é algo incompreensível para tentar ajustar essa magnitude dizemos que ELE é Onipresente, mas isso ainda é pouco perto da profundidade da sua atuação majestosa.

O contraditório é sempre questionável no caso de Deus muito mais por isso aplicamos o antônimo de inerte como dinâmico – Deus não pode ser “inerte” porque um de seus atributos é ser Onipresente, portanto, ativo em todos os lugares e espaços possíveis preenchidos em totalidade.

OBS. O material poderá ser reproduzido desde que:
(1) em seu inteiro teor de conteúdo não podendo ser alterado,
(2) dando crédito ao autor em todo seu propósito,
(3) propagar a Palavra de Deus com responsabilidade e honestidade.

Professor pastor Themmy Lima


 Este trabalho faz parte do NUBEMTE.
Núcleo Bíblico de Ensino Mundo Teológico.
Organizado e propagado pelo Professor Pastor Themmy Lima



BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
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AS TRIBOS DE YAHWEH – GOTTWALD, Norman K. – PAULISNAS 1986 – p. 107 – 109
BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRA CHAVE – STRONG, James H. – CPAD 1ª edição 2011 – p. diversas.
BIBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL (BEP) – STAMPS, Donald – CPAD 2011 – p.117 a 182, 1183
CONHEÇAMELHOR A BÍBLIA V. POR V. – VOL. 7 – HUNTER, J. – E. CRISTÃS 1997 – p. 141
DICIONÁRIO BÍBLICO UNIVERSAL – BUCKLAND, A. R. & WILLIANS, Lukyn – VIDA 2007 – p.573
ENCICLOPÉDIA POPULAR DE CULTURA BÍBLICA – FILLION, Louis Claude – CENTRAL GOSPEL 2003 – p.400-401
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O LIVRO DE SAMUEL 1 – BLAU, Avraham rabino – MAAYANOT 2006 – p. 28ª
O MAIS COMPLETO GUIA SOBRE JUDAÍSMO – BLECH, Benjamim (rabino) – SEFER 2004 – p.182
O NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – DOUGLAS, J.D. – VIDA NOVA 1995 – p.1532-1533
O TABERNÁCULO SÍMBOLO DA OBRA REDENTORA DE CRISTO – CABRAL, Elienai – CPAD 2019 – p. 149 a 153
OS OUTROS DA BÍBLIA – REINKE, André Daniel – THOMAS NELSON 2019 – p.79-119
OS SÍMBOLOS DA BÍBLIA – GIRARD, Marc – PAULUS 1997 – p. 89 a 141 e 357 a 366
PEQUENO VOCABULÁRIO DO JUDAÍSMO – SCHLESINGER, Hugo – Edições Paulinas 1987. p.169,233,260
RUMO A TERRA PROMETIDA – ODILO, Reynaldo – CPAD 2018 – p.45 a 55


[1] Manual de Tipologia Bíblica p.17
[2] GIRARD – Os símbolos na Bíblia – p.357

[3] Kenneth S. Wuest – Joias do NT Grego p.36
[4] Nota extraída do livro Mais Completo guia sobre Judaísmo. p.182

Um comentário:

  1. Estudo preciosissimo.
    Deus lhe recompense sempre Pr. Thammy.
    O esforço e sacrifício agui será recompensado lá na Glória com Cristo.

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