sábado, 10 de setembro de 2016

Deus existe? - Por Pastor Profº Themmy Lima

Deus existe?
Por Pastor Prof. Themmy Lima

Teologia Apofática.

                


Muitos têm tentado atestar a existência de Deus, teologicamente desenvolveram-se dois tipos de revelação para atestar a existência de Deus, uma é a revelação geral (disponível a todas as pessoas), a outra revelação especial (disponível apenas a algumas pessoas em especifico).
            A Igreja preocupada em defender a existência divina desenvolveu através da história “provas” da existência de Deus usando argumentos ontológicos, cosmológicos, teleológicos e morais, mas há também os que defendam que não se pode provar a existência de Deus fazendo isso apenas por meio da fé.  
Uma coisa é certa os seres humanos jamais poderão conhecer Deus completamente como ELE é até que sejam transformados eternamente.
TERMO EXISTENTE – É impossível atestar a existência de Deus, isso seria o mesmo que tentar diminuir sua autoexistência. Dá-se ao termo “existente” a qualificação para tudo o que foi, é ou será criado, portanto, o que é criado, torna-se dependente para sua existência, não é o caso de Deus, pois, jamais foi criado e não está limitado a ninguém.
Olhando criticamente para este prisma é ter segurança para afirmar que Deus não existe, mas é um SER que subsiste eternamente – incriado que não pode ser dimensionado para satisfazer a mente finita do humano.
A pergunta proposta se Deus existe?
É aparentemente simples, mas em sua extensão torna-se complexa, contudo, quando nos voltamos às regras teológicas torna-se fácil afirmar a inexistência de Deus, fazendo com que o termo adequado seja a subsistência de Deus.
A questão é:
Como Deus pode não existir quando tudo criado ao nosso redor prova-nos sua existência?
A questão é justamente essa, Deus não existe porque não pode ser criado, tudo o que é criado passa a existir e Deus numa eternidade passada jamais esteve à mercê de alguém que o trouxesse a existência, transformando-se em um ser maior do que ELE.  
Torna-se, portanto, um erro afirmar a existência de Deus, sem entender que ELE subsiste eternamente, pois, tudo existente é dependente e decorrente de um ser maior, nesse sentido Deus independe de alguém para sua subsistência.
A existência de Deus deve ser compreendida por sua subsistência (autoexistência), em complexidade de entendimento para finita mente humana; quando um texto bíblico diz que Deus existe é preciso ser analisado em seu contexto para compreender o que está sendo propondo à possível existência de Deus.
P. ex., um texto clássico é o texto de Hebreus – “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11.6) – A afirmação que Deus existe identificado na expressão “ele existe” aponta exclusivamente para a salvação humana, ou seja, aquele que se aproxima dele (Deus) deve ter convicção que ELE é poderoso para salva. (galardoa)
Como este trabalho visa desmembra a Doutrina da Trindade há quem possa questionar a existência de Jesus, que sendo Deus não poderia mediante tal afirmação ter existido.
E se existiu então não era Deus.
O que se deve ter em mente é que Jesus despojou-se da sua glória para “existir” em natureza humana sendo não criado, mas “gerado” pelo Espírito Santo o que prova que não existiu dependendo de alguém, mas subsistiu por si mesmo na pessoa do Espírito Santo. (Mt 1.20; Lc 1.35)
Também em continuidade a exposição sobre a não existência de Deus, devemos nos voltar para a afirmação feita por nosso Senhor Jesus Cristo a respeito de SEU PAI.
Deus é Espírito. (Jo 4.24)
Se Deus é Espírito (letra maiúsculo apontando para a divindade), logo não está sujeito à criação como p. Ex; no livro de Jó (Jó 38.7), quando diz que as estrelas (anjos) cantavam e rejubilavam enquanto Deus criava o universo, mostra claramente que quem existia eram os anjos criados e o Criador subsistindo e si mesmo.  
Teologia Apofática – Em continuidade a reflexão sobre a existência de Deus procurará dar sequencia mediante a exposição da Teologia Apofática ou Teologia Catafática (Apofatismo), derivada do verbo “apofasko” = “apofemi”, que significa negar que no meio teológico também é conhecida como Teologia da Negatividade que tenta descrever Deus.
            Ordinariamente refere-se a um braço da teologia que estuda DEUS na primeira pessoa da Trindade e entende-se por “Teologia Apofática” o sistema teológico que procede por negações, recusando-se progressivamente a referir a Deus os atributos tomados do mundo sensível e inteligível, para aproximar-se de Deus – que está além de todas as coisas criadas e de todo conhecimento relativo a elas – transcendendo todo e qualquer conhecimento e conceito.
Teologia cAtafática – esta teologia “Catafática” é o procedimento teológico mediante o qual se refere a Deus pelos conceitos relativos aos nomes com os quais ele é indicado, estes conceitos, derivam do próprio Deus, aplicados como causa primeira de todas as coisas, não podendo, porém exprimir adequadamente sua natureza.
             É preciso, porém deixar claro que no Ocidente encontramos uma notável tradição apofática, bastando lembrar o mestre Eckhart ou os místicos espanhóis do século XVI, ou simplesmente a tradição mística franciscana.
O apofatismo encontra seu apogeu em Dionísio, o Pseudo-Areopagita, o misterioso autor do Corpus dionysiacum (provavelmente início do século VI), aquele que influenciou mais do que todos os místicos bizantinos.
             Ele distingue dois sistemas teológicos possíveis:
ü  – afirmações (teologia catafática ou positiva).
ü  – negações (teologia apofática ou negativa).
             O primeiro leva-nos de fato a certo conhecimento de Deus, mas trata-se de um meio muito imperfeito; a via apofática, embora nos conduza à ignorância perfeita, é, entretanto a única que está em conformidade com a natureza incognoscível de Deus.
            Com efeito, todos os conhecimentos têm como objeto aquilo que é ao passo que Deus está além de tudo aquilo que existe para se aproximar dele seria necessário negar tudo àquilo que lhe é inferior, quer dizer, tudo aquilo que é criado.
 Assim, a resposta é - Deus não existe, Deus subsiste eternamente e tudo que foi criado comprovam sua subsistência. (Rm 1.19-20)

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