Deus existe?
Por Pastor Prof. Themmy Lima
Teologia Apofática.
Muitos têm tentado atestar a existência de Deus, teologicamente
desenvolveram-se dois tipos de revelação para atestar a existência de Deus, uma
é a revelação geral (disponível a todas as pessoas), a outra revelação especial
(disponível apenas a algumas pessoas em especifico).
A Igreja preocupada em defender a existência
divina desenvolveu através da história “provas” da existência de Deus usando
argumentos ontológicos, cosmológicos, teleológicos e morais, mas há também os
que defendam que não se pode provar a existência de Deus fazendo isso apenas
por meio da fé.
Uma coisa é certa os seres humanos jamais poderão
conhecer Deus completamente como ELE é até que sejam transformados eternamente.
TERMO
EXISTENTE – É impossível atestar
a existência de Deus, isso seria o mesmo que tentar diminuir sua autoexistência.
Dá-se ao termo “existente” a qualificação para tudo o que foi, é ou será
criado, portanto, o que é criado, torna-se dependente para sua existência, não
é o caso de Deus, pois, jamais foi criado e não está limitado a ninguém.
Olhando
criticamente para este prisma é ter segurança para afirmar que Deus não existe,
mas é um SER que subsiste eternamente – incriado que não pode ser dimensionado para
satisfazer a mente finita do humano.
A pergunta proposta se Deus existe?
É aparentemente simples, mas em sua extensão torna-se
complexa, contudo, quando nos voltamos às regras teológicas torna-se fácil afirmar
a inexistência de Deus, fazendo com que o termo adequado seja a subsistência de
Deus.
A questão é:
Como Deus pode não existir quando tudo criado ao
nosso redor prova-nos sua existência?
A questão é justamente essa, Deus não existe porque
não pode ser criado, tudo o que é criado passa a existir e Deus numa eternidade
passada jamais esteve à mercê de alguém que o trouxesse a existência, transformando-se
em um ser maior do que ELE.
Torna-se, portanto, um erro afirmar a existência de
Deus, sem entender que ELE subsiste eternamente, pois, tudo existente é dependente
e decorrente de um ser maior, nesse sentido Deus independe de alguém para sua
subsistência.
A existência de Deus deve ser compreendida por sua
subsistência (autoexistência), em complexidade de entendimento para finita mente
humana; quando um texto bíblico diz que Deus existe é preciso ser analisado em seu
contexto para compreender o que está sendo propondo à possível existência de
Deus.
P.
ex., um texto clássico é o texto de Hebreus – “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele
que se aproxima de Deus creia que ele
existe e que é galardoador dos que o buscam.” (Hebreus 11.6) – A afirmação
que Deus existe identificado na expressão “ele existe” aponta exclusivamente
para a salvação humana, ou seja, aquele que se aproxima dele (Deus) deve ter convicção
que ELE é poderoso para salva. (galardoa)
Como este trabalho visa desmembra a Doutrina da Trindade
há quem possa questionar a existência de Jesus, que sendo Deus não poderia
mediante tal afirmação ter existido.
E se existiu então não era Deus.
O que se deve ter em mente é que Jesus despojou-se
da sua glória para “existir” em
natureza humana sendo não criado, mas “gerado”
pelo Espírito Santo o que prova que não existiu dependendo de alguém, mas subsistiu
por si mesmo na pessoa do Espírito Santo. (Mt 1.20; Lc 1.35)
Também em continuidade a exposição sobre a não
existência de Deus, devemos nos voltar para a afirmação feita por nosso Senhor Jesus
Cristo a respeito de SEU PAI.
Deus é Espírito. (Jo 4.24)
Se Deus é Espírito (letra maiúsculo apontando para a
divindade), logo não está sujeito à criação como p. Ex; no livro de Jó (Jó 38.7),
quando diz que as estrelas (anjos) cantavam e rejubilavam enquanto Deus criava
o universo, mostra claramente que quem existia eram os anjos criados e o
Criador subsistindo e si mesmo.
Teologia Apofática – Em
continuidade a reflexão sobre a existência de Deus procurará dar sequencia mediante
a exposição da Teologia Apofática ou Teologia
Catafática (Apofatismo), derivada do verbo “apofasko” = “apofemi”, que significa
negar que no meio teológico também é conhecida como Teologia da Negatividade que tenta descrever Deus.
Ordinariamente refere-se a um braço da teologia que estuda DEUS na
primeira pessoa da Trindade e entende-se por “Teologia Apofática” o sistema teológico que procede por negações,
recusando-se progressivamente a referir a Deus os atributos tomados do mundo
sensível e inteligível, para aproximar-se de Deus – que está além de todas as
coisas criadas e de todo conhecimento relativo a elas – transcendendo todo e
qualquer conhecimento e conceito.
Teologia cAtafática – esta
teologia “Catafática” é o
procedimento teológico mediante o qual se refere a Deus pelos conceitos
relativos aos nomes com os quais ele é indicado, estes conceitos, derivam do
próprio Deus, aplicados como causa primeira de todas as coisas, não podendo,
porém exprimir adequadamente sua natureza.
É preciso, porém deixar claro que no
Ocidente encontramos uma notável tradição apofática, bastando lembrar o mestre
Eckhart ou os místicos espanhóis do século XVI, ou simplesmente a tradição
mística franciscana.
O
apofatismo encontra seu apogeu em Dionísio, o Pseudo-Areopagita, o misterioso
autor do Corpus dionysiacum (provavelmente início do século VI), aquele que
influenciou mais do que todos os místicos bizantinos.
Ele distingue dois sistemas
teológicos possíveis:
ü – afirmações (teologia catafática ou positiva).
ü – negações (teologia apofática ou negativa).
O primeiro leva-nos de fato a
certo conhecimento de Deus, mas trata-se de um meio muito imperfeito; a via
apofática, embora nos conduza à ignorância perfeita, é, entretanto a única que
está em conformidade com a natureza incognoscível de Deus.
Com efeito, todos os conhecimentos
têm como objeto aquilo que é ao passo que Deus está além de tudo aquilo que
existe para se aproximar dele seria necessário negar tudo àquilo que lhe é
inferior, quer dizer, tudo aquilo que é criado.
Assim, a resposta é - Deus não existe, Deus
subsiste eternamente e tudo que foi criado comprovam sua subsistência. (Rm
1.19-20)
Nenhum comentário:
Postar um comentário