Introdução: Alguns textos bíblicos nos causam fascinante surpresas
um deles encontra-se no evangelho segundo escreveu nosso irmão o Apóstolo João.
Em sua narrativa trás uma informação que aos olhos “nus” não causa surpresa,
mas ao olharmos com o olhar espiritual veremos tratar-se de uma das mais belas
e fascinantes revelações.
A SEGUIR APRESENTAREI UMA
EXEGESE – que nos fará apreciar de forma espantosa a revelação registrada por
Jesus aquele que os judeus e os cristãos o teriam como o “pai na fé”, emblema
de segurança as promessas de Deus para o povo.
ABRAÃO – Este nome por si dó
já nos alimenta de informação extraordinária, porque não faz menção a uma
pessoa qualquer, mas aquele a qual aprouve Deus resgatar dos povos pagãos ([3]Abrão)
e torná-lo um [4]Abraão o pai de uma grande nação. (E não se chamará mais o teu
nome Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te
tenho posto.)
A promessa feita a Abraão
estava carregada de mistérios futuros, um deles era que Jesus em sua condição
humana era um judeu descendente de Abraão, abençoou todos os povos da terra
através:
a)
Sua morte expiatória
b)
Sua ressurreição
c)
Sua oferta de salvação
Portanto com a devida mudança
inicia-se um relacionamento de ética e conduta que se irá solidificar em fé,
nas palavras do Senhor. Abraão tinha tudo para ser como um de nós, além de
pecador digno de ir para o sofrimento eterno, contudo foi alcançado o que nos
mostra que Deus não faz acepção de pessoas, muito pelo contrário deseja nos
salvar tomando como exemplo a vida de Abraão daí o sentido de considerar Abraão
o nosso pai na fé.
VOSSO PAI – esta expressão
também é carregada de informações surpreendentes, no texto vemos tratar-se da
fala de Jesus, o que por si só torna-se um grande aprendizado, nessa fala Jesus
poderia ter dito “o pai” ou “nosso pai”, mas ele categoricamente
afirma “vosso” o que indica para uma ancestralidade tanto humana quanto espiritual.
Ö
Humana no sentido de aludir à origem física da
nação de Israel que nasceria no deserto.
Ö
Espiritual – no sentido de aplicação da fé
contida nos atos de crença de Abração.
Ter Abração por pai é aceitar
as regras do jogo entre fé e incredulidade os que se consideram filhos de
Abraão o têm por pai justamente por herdarem sua fé e aplicá-la nos seus atos e
obediência a Deus. Qualquer ação contraria a isso é excluir qualquer
possibilidade de ser considerados [5]filhos
de Abraão.
Portanto a afirmação de Jesus
atribui àqueles homens a filiação junto a Abraão, pelo lado humano, mas
distantes pelo lado espiritual. Ao ponto de chamá-lo de “filhos do Diabo” (Jo
8.44)
EXULTOU – Esta palavra em
língua portuguesa não é tão exaustiva quanto na língua hebraica, contudo,
aponta para a alegria sentido por haver visto “o meu dia”, ou seja, o “dia
de Jesus”; assim a palavra no seu melhor sentido seja; “Regozijar-se, sentir grande alegria”. O
enredo maior debruça nas duas afirmações fornecidas por Jesus “viu-o,
e alegrou-se”.
O MEU DIA- Alguns comentarista
sugerem que este dia se refere à vida do Senhor aqui na terra, visto que
Abraão, em espírito, ainda estava vivo (Mt 22.32). Porém, os verbos no v.56
estão no passado, e sem dúvida a palavra “existisse”,
no v.58, indica o passado. Podendo contar varias ocasiões quando Abraão esteve
em contato com a Divindade e com a verdade que diz respeito a Cristo:
a)
Quando Deus da Glória lhe apareceu. (At 7.2)
b)
Quando “apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de
Manré” (Gn 18.1)
c)
Em relação a ”tua descendência em Cristo” (Gl
3.16)
d)
Relação ao
oferecimento de Isaque, uma figura de Cristo (ressurreição). (Hb 11.19)
e)
Em relação à pátria celestial. (Hb 11.16)
O próprio João testificou
dizendo que ELE (Jesus) era antes dele. (Jo 1.30)
Uma linha herética judaica
afirma que Abraão antevia os impérios que haveriam de oprimir Israel, assim
como a era messiânica, mas isso não tem respaldo bíblico além do que exposto
por mim acima.
Pontos de vista sobre o dia
de Jesus
Os principais biblistas seguem
a linha de que este dia é uma apresentação alegórica das varias Cristofanias de
Jesus em o Antigo Testamento apresentadas em o Novo Testamento. Tudo esta
relacionado à promessa a Abraão, tendo inicio na chamada em (Gn 12.1-3) confirmada
em (Gn 15.4-6) e reafirmadas através da Bíblia.
(Gn 17.1-8; Ne 9.7; Rm 4.17; Hb 11.13)
O livro de Hebreus – declara
que como Abraão muitos outros morreram mantendo sua fé intacta, contudo, não testificaram
o cumprimento das promessas, (vendo-as,
porém de longe – Hb 11.3), a afirmação “de
longe” submete o leitor para o Novo Testamento onde se cumpriria todas as
promessas feitas a Abraão.
Para entendermos a passagem de
(João 8.56), devemos nos remeter para o AT. Num ponto fundamental no (Gênesis 22.1-18),
em que Deus prova a fé de Abraão ao pedir Isaque seu filho; Durante o processo
para ofertar o menino o mesmo Deus que pede oferta e provê o cordeiro v.13 para
o holocausto, este cordeiro aponta para Jesus, o Cordeiro que foi morto antes
da fundação do mundo (Ap 13.8), assim ao ver que não precisaria mais oferecer
seu amado filho, o filho da promessa não tem outro sentimento se não alegrar-se
pela vida do filho.
O mesmo Deus que chamara; é o
Deus que provê a manutenção da fé. Certamente fé não eram o caso daqueles
homens que acreditavam na morte de Abraão (v. 52-53) um pouco mais a frente o
evangelista Lucas nos da garantias de que Abraão está vivo. (Lc 16.22-23).
Beacon afirma que Assim como Moisés e Elias, Abraão também esta
vivo (Mt 17.3 – Mc 9.4 – Lc 9.30) até porque Deus não é Deus de mortos, mas de
vivos. (Mt 22.32 – Mc 12.27 – Lc 20.38) .
D. A. Carson – pontua algo interessante sobre o relato da era
messiânica, diz: Co respeito a promessa baseado em (Gn 15.17-21), cita Rabi
Akiba afirmando que Deus revelou a Abraão os segredos da era futura (isto é, da
era messiânica).
Se esse nascimento (Isaque –
filho do sorriso) for entendido como inicio da promessa de que por intermédio
de Abraão todas as nações da terra seriam abençoadas, então o riso/alegria de
Abraão está ligado com sua percepção de que as bênçãos prometidas ainda por vim
estavam em processo de realização no nascimento de seu filho.
Obs.: [6]Ele
não diz: “Abraão, Pai de vocês, regozijou-se em ver a era messiânica”, mas:
“Abraão, Pai de vocês, regozijou-se em ver o meu dia”. O dia ou dia do Senhor
tornou-se o dia de Jesus.
Que dia era esse?
O dia em que salvou Isaque da
morte, morrendo em lugar dele. Escatologicamente O dia do Senhor virá, Isaque
aponta para o povo escolhido, e Jesus o Cordeiro provido para nossa salvação. (Jo
3.16)
BROADMAN – assegura que a Abraão foi permitido ver pela fé o dia do
Messias, e assim antecipar a consumação final das promessas a ele feitas. (Cf.
Gn 12.15-18)
HOUSE – Para ver uma comparação entre as falas de
Jesus e as respostas dos fariseus sugiro a leitura de O Novo Comentário Bíblico
do Novo Testamento – Central Gospel – Pg. 251.
Conclusão: Talvez
Abraão tivesse alguma visão de Cristo (aquele que seria o ungido de Deus), e de
seu dia para sua própria satisfação. Em Isaque ele viu uma imagem do dia do
evangelho que é o dia/ano de Cristo (Is 58.5, 61.2; Lc 4.19), pois essas coisas
eram uma alegoria. Ao oferecer o Cordeiro e não Isaque, ele viu um tipo duplo
do grande sacrifício e o fato de chamar o lugar de Jeová Jire – “Será visto”, sugere que ele tenha visto algo mais,
que o tempo provaria ser verdade.
Ainda
que o nome Jeová seja uma forma latinizada de apresentar o nome de Deus, mas na
verdade o nome DIVINO é através do tetragrama YHWH / YAHWEH
/ JEOVÁ: que foi acrescido pelos massoretas as vogais “a-e”
para que pudéssemos entender a escrita do nome divino, surgindo assim a palavra
"SENHOR" apresentada no
Shemá Israel (Dt 6.4; Dn 9.14). As bíblias em versão portuguesa traduziram como
"SENHOR" (com letras maiúsculas) para distingui-lo de Adonai,
"Senhor".
A primeira vez em que o nome de Deus foi apresentado foi
quando Deus se revelou a Moisés naquele momento ELE se fez conhecer pelo "Eu
sou quem eu sou" (Êx 3.14).
O nome de Deus especifica um imediatismo, para sua presença
quando invocado ou manifestado tornando assim o atributo da SUA onipresença
manifesto, portanto, Yahweh além de presente, está acessível, por exemplo, livramento
(Sl 107.13), perdão (Sl 25.11) e orientação (Sl 31.3).
Logo, o termo JEOVÁ-JIRÉ: "O Senhor proverá" é a manifestação do
próprio Deus (Gn 22.14) sendo provisão para Abraão quando Deus proveu o
carneiro para ser sacrificado no lugar de Isaque. E as sua palavra foram Deus proverá
nessa ação ele invocou a presença e manifestação do Deus que provê.
Bibliologia
Comentário Bíblico Atos do Novo
Testamento Volume 2 – KEENER, Craig S. – ATOS – Pg.298.
Comentário Bíblico Beacon Volume 7 (João
- Atos)- EARLE, Ralph & MAYFIELD, Joseph H. – CPAD – Pg. 89
Comentário Bíblico Broadman Volume 9
(Lucas e João) – ALLEN, Clifton J. – JUERP – Pags. 343-345.
Comentário do Novo Testamento João –
HENRIKSEN, William – Cultura Cristã – Pgs. 405/406.
Comentário do Novo Testamento João –
HENRIKSEN, William – Cultura Cristã – Pgs. 405/406.
Conheça sua
Bíblia versículo por Versículo Volume 4 João – HEADING, John – ESD – Pg. 203.
O Comentário de João – D. A. Carson –
SHEDD – Pags. 357/358
O Novo Comentário Bíblico do Novo
Testamento – HOUSE, H. Wayne – ALLEN, Ronald B. – RADMACHER, Earl D. – Central Gospel – Pgs. 251/253.
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal – CPAD
– Pags. Diversas.
Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação
Pessoal – JUNIOR RIBAS, Degmar – CPAD – Pags. Diversas.
Bíblia de Estudo Matthew Henry – Henry, Matthew
– CG/THOMAS NELSON – Pags. Diversas.
Bíblia de Estudo NVI – SHAW, Gordon –
VIDA – Pags. Diversas.
Bíblia de Estudo Plenitude (RC) –
HAYFORD, Jack W. – SBB – Pags. Diversas.
Bíblia Revelada Novo Testamento Explicado
– ROCHA, Aldery Nelson – VDN – Pags. Diversas.
Bíblia Sagrada Ave Maria Edição de Estudo
– MENDES, Marcos Antônio – AVE MARIA/CLARET – Pags. Diversas.
[1] pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes e
não o viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram. (Lucas 10.24)
[2] Todos estes
morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e
crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e
peregrinos na terra. (Hebreus 11.13)
[4] que significa pai de uma
multidão (Gn 17.5) – Deus através de Neemias nos faz o seguinte relato. “Tu és Senhor,
o Deus, que elegeste Abrão, e o tiraste de Ur dos caldeus, e lhe puseste
por nome Abraão.” (Ne 9.7) Cf. Romanos 4.17
[5] Então, lhe
responderam: Nosso pai é Abraão. Disse-lhes Jesus: Se sois filhos de Abraão pratiquem as
obras de Abraão. (João 8.39)
[6] Texto extraído do Livro O
Comentário de João – D. A. Carson – SHEDD – Pags. 357/358
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