quarta-feira, 28 de junho de 2017

Se Deus é amor porque mandou matar tanta gente na antiguidade?

Se Deus é amor porque mandou matar tanta gente na antiguidade?
Pastor Themmy – professor e teólogo, exegeta e biblista.
Para responder com propriedade a esta questão há de se ter em mente o sentido da palavra morte; esta palavra no sentido físico sign; sofrimento desespero por não ter controle pela causa que o atinge, já no sentido espiritual sign; separação.

Há de se tomar muito cuidado para não entrar na jogada desse tipo de pessoa, inclusive em alguns grupos de teólogos temos muitos adeptos dessa doutrina escravizam a teologia patrística para justificar seus meios.
É necessário olhar cada situação com um prisma diferente. P.ex., quando Deus mandou Saul exterminar os amalequitas e ele não o fez, (1Sm 15.3) deixando rastro quase que a nação de Israel era exterminada (Et 3.8-9); sendo essa a primeira oportunidade do genocídio da história judaica.
Pode parecer um agravante quando ouvimos Deus matar ou mandar matar, geralmente os filósofos e psicólogos não cristãos se debruça em argumentos que professam em seus intelectos na expectativa de macular a santidade e soberania divina.
Esquece-se de olhar para as causas da humanidade, para tanto, produzem erros grosseiros.
Como ponto de partida é apropriado observar a causa inicial da morte física da humanidade que ocorreu de forma universal; ao lermos o capítulo 6 do Gênesis veremos o anuncio (Gn 6.13) e no versículo 13 o próprio Deus explica o motivo pelo qual agirá contra a humanidade (Gn 6. 11-12).
No transcorrer de toda a Bíblia veremos as ações mortuárias do Senhor sendo empregadas pela corrupção dos valores, seja pelo seu povo, seja por algum governante, seja pelas suas Escrituras e assim por diante.
Mas, talvez a maior sentença proferida por Deus o isenta de toda e qualquer possibilidade de culpa esta nas seguintes passagens. (Gn 8.21-22; Gl 6.7) Portanto, as ocorrências de morte estão atreladas a corrupção humana, seja quem for inclusive e principalmente os filósofos; não partindo de Deus o sentido primário de matar o ser humano ou a humanidade por bel prazer; muito menos expor de forma vexatória sua soberania, mas é em decorrência da degradação humana causada pela corrupção dos valores éticos e morais que norteia uma sociedade, que sua atitude entra em ação.
ELE usa inclusive sua própria criação para magnificar seus ideais, p. ex., no mesmo livro do Gênesis no capítulo 9 Deus dá ao homem a autoridade de matar como forma de exercer juízo. Tal autorização é ratificada em o NT através do livro de Romanos. (capítulo 13)

GN 9.6 – “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem”.
RM 13.4 – “Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal”.

Observe as expressões “quem derramar” – aponta para uma ação humana, não divina e em o NT a expressão “se fizeres o mal” – aponta para a mesma ação humana, portanto está atrelado as ações do homem a morte seja ela física ou espiritual.
O que no AT era conhecido como a lei de talião (Lei de talião. A lei de talião, do latim lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por olho, dente por dente) – Eis o motivo pelo qual em o Novo Testamento Jesus inicia seu ministério com o sermão do Monte mostrando que a reciprocidade deve ser em amor e não morte. (Jo 10.10)

A Bíblia Pentecostal trás um referencia apropriada sobre o sentido da palavra ESPADA nas Escrituras no pag. 1723 diz: “A espada é frequentemente associada à morte, como instrumento de sua execução” (Mt 26.52; Lc 21.24; At 12.2; 16.27; Hb 11.34; Ap 13.10) – Deus claramente ordenou a execução de criminosos perigosos, autores de crimes hediondos e bárbaros. (Gn 9.6; Nm 35.31,33)
            Por fim com intento de ter satisfeito os anseios dos maldizentes de Deus, penso ser apropriado aos adeptos da justiça olhar de forma diferente para as passagens em que Deus concede aos agentes públicos o direito de matar (Êx 22.18-20; Gn 9.6) onde o foco é a regência da sociedade e aos indivíduos a quem foi dado o mandamento “não matarás”. (Ê 20.13)
Isso posto penso estar esclarecido à dificuldade de muitas pessoas não entenderem que a devida aplicação da pena de morte.


Pastor Themmy – professor e teólogo, exegeta e biblista.

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