Se
Deus é amor porque mandou matar tanta gente na antiguidade?
Pastor Themmy – professor e teólogo, exegeta e biblista.
Para responder
com propriedade a esta questão há de se ter em mente o sentido da palavra
morte; esta palavra no sentido físico sign; sofrimento desespero por não ter
controle pela causa que o atinge, já no sentido espiritual sign; separação.
Há de se tomar
muito cuidado para não entrar na jogada desse tipo de pessoa, inclusive em
alguns grupos de teólogos temos muitos adeptos dessa doutrina escravizam a
teologia patrística para justificar seus meios.
É necessário
olhar cada situação com um prisma diferente. P.ex., quando Deus mandou Saul
exterminar os amalequitas e ele não o fez, (1Sm 15.3) deixando rastro quase que
a nação de Israel era exterminada (Et 3.8-9); sendo essa a primeira
oportunidade do genocídio da história judaica.
Pode parecer
um agravante quando ouvimos Deus matar ou mandar matar, geralmente os filósofos
e psicólogos não cristãos se debruça em argumentos que professam em seus
intelectos na expectativa de macular a santidade e soberania divina.
Esquece-se de
olhar para as causas da humanidade, para tanto, produzem erros grosseiros.
Como ponto de
partida é apropriado observar a causa inicial da morte física da humanidade que
ocorreu de forma universal; ao lermos o capítulo 6 do Gênesis veremos o anuncio
(Gn 6.13) e no versículo 13 o próprio Deus explica o motivo pelo qual agirá
contra a humanidade (Gn 6. 11-12).
No transcorrer
de toda a Bíblia veremos as ações mortuárias do Senhor sendo empregadas pela
corrupção dos valores, seja pelo seu povo, seja por algum governante, seja
pelas suas Escrituras e assim por diante.
Mas, talvez a
maior sentença proferida por Deus o isenta de toda e qualquer possibilidade de
culpa esta nas seguintes passagens. (Gn 8.21-22; Gl 6.7) Portanto, as
ocorrências de morte estão atreladas a corrupção humana, seja quem for
inclusive e principalmente os filósofos; não partindo de Deus o sentido
primário de matar o ser humano ou a humanidade por bel prazer; muito menos expor
de forma vexatória sua soberania, mas é em decorrência da degradação humana causada
pela corrupção dos valores éticos e morais que norteia uma sociedade, que sua
atitude entra em ação.
ELE usa
inclusive sua própria criação para magnificar seus ideais, p. ex., no mesmo
livro do Gênesis no capítulo 9 Deus dá ao homem a autoridade de matar como
forma de exercer juízo. Tal autorização é ratificada em o NT através do livro
de Romanos. (capítulo 13)
GN 9.6 – “Quem
derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque
Deus fez o homem conforme a sua imagem”.
RM 13.4 – “Porque
ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois
não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar
o que faz o mal”.
Observe as
expressões “quem derramar” – aponta para uma ação humana, não divina e em o NT
a expressão “se fizeres o mal” – aponta para a mesma ação humana, portanto está
atrelado as ações do homem a morte seja ela física ou espiritual.
O que no AT
era conhecido como a lei de talião (Lei de talião. A lei de talião, do latim
lex talionis (lex: lei e talio, de talis: tal, idêntico), também dita pena de
talião, consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena — apropriadamente
chamada retaliação. Esta lei é frequentemente expressa pela máxima olho por
olho, dente por dente) – Eis o motivo pelo qual em o Novo Testamento Jesus
inicia seu ministério com o sermão do Monte mostrando que a reciprocidade deve
ser em amor e não morte. (Jo 10.10)
A Bíblia
Pentecostal trás um referencia apropriada sobre o sentido da palavra ESPADA nas
Escrituras no pag. 1723 diz: “A espada é frequentemente associada à morte, como
instrumento de sua execução” (Mt 26.52; Lc 21.24; At 12.2; 16.27; Hb 11.34; Ap
13.10) – Deus claramente ordenou a execução de criminosos perigosos, autores de
crimes hediondos e bárbaros. (Gn 9.6; Nm 35.31,33)
Por fim com intento de ter
satisfeito os anseios dos maldizentes de Deus, penso ser apropriado aos adeptos
da justiça olhar de forma diferente para as passagens em que Deus concede aos
agentes públicos o direito de matar (Êx 22.18-20; Gn 9.6) onde o foco é a regência
da sociedade e aos indivíduos a quem foi dado o mandamento “não matarás”. (Ê
20.13)
Isso posto
penso estar esclarecido à dificuldade de muitas pessoas não entenderem que a devida
aplicação da pena de morte.
Pastor Themmy – professor e teólogo, exegeta e
biblista.
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