O problema dos
milagres na visão cessacionista
Pastor Themmy Lima - 18/07/18
Olhando para a narrativa
histórica da igreja nos confrontaremos com um dos maiores problemas enfrentados
por ela, solidificar a veracidade dos relatos históricos, aliás, não só passou como
ainda passa.
A confiabilidade da veracidade
dos “milagres”, de forma terem acontecido
e ainda acontecerem é em suma uma disputa árdua dos amantes da fé, porque se por
um lado foram (os milagres) importantes para estabelecer o ministério terreno
de Jesus por outro foi o meio para a banalização da fé dos cristãos.
Estes eventos milenares tem
origem na criação do universo, seu AGENTE, jamais pode ser questionado porque até
então mesmo com a queda nenhum ser racional em totalidade ou parcialidade
tentou inclinar-se para tentar imitá-lo ou usufruir de alguma forma de sua
beneficie.
Mas, o primeiro milagre a que o
homem tenta de alguma forma reagir é observado na “Sarça ardente” – em que
Moisés é advertido por DEUS a afastar-se da sarça porque aquele local em que
ela estava era um lugar “Santo”.
A partir dai os milagres passou a
fazer parte da existência da raça humana, qualquer espécie de milagre é de
alguma forma o estopim para as necessidades humanas, uma procura frenética para
tentar imitar os sobrenaturais de Deus, a criatura caída percorre caminhos
variáveis com a ineficaz intenção e objetivo de ser premiado.
Encontramos
duas classes de pessoas envolvidas com os milagres (1) a primeira são os “continuístas” – acreditam na permanência
dos dons espirituais para os dias atuais, por conseguinte junto a eles os
milagres, (2) os “cessasionistas” –
estes advogam que os dons espirituais cessaram no evento do Pentecostes não
fazendo parte da nossa atualidade.
Os cessasionistas reclamam: “me cite o nome de alguém com o dom de cura
hoje!”, como se a validade do dom na contemporaneidade dependesse de
nosso conhecimento sobre a existência de alguém com o dom. Bem, se essa forma
de argumentar do cessasionistas tem alguma legitimidade, então deveríamos
dizer que o dom de interpretação de línguas citado por Paulo nunca existiu,
já que ninguém pode fornecer o nome de uma pessoa na Bíblia que tivesse usado
esse dom. O continuísta pode, sem muito esforço, citar pessoas que foram no
passado ou são no presente usado por Deus com os dons de curar. Mas isso nem
se faz necessário para anular o argumento cessasionista, que é falho por
natureza!
Pb.
Tiago Silva Rosas
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Nesse sentido nos deparamos com a
questão FÉ X RAZÃO – posso defini-las utilizando os dois termos descritos: Continuísmo = Fé e cessasionistas = razão; os objetivos entre fé e razão são antigos e
não procurarei expô-los tentando defini-los entre suas inter-relações
psicológicas x razão, mas qual a relação existente entre o objetivo da fé e o
objetivo da razão – a se definir que “Nada que é conhecido pela fé é conhecido
pela razão, e vice-versa. Logo, fé e razão são mutualmente excludentes”.
Racionalismo
– Surge o racionalismo, que declara que tudo conhecido pela fé também pode ser
compreendido, descoberto ou provado pela razão, mas o inverso não ocorre. O
racionalismo vê a fé como um elemento, uma subdivisão da razão.
DUALISMO – O dualismo é o
contraponto em relação ao racionalismo, porque procura expor a separação entre:
Igreja x Estado – Religião x Filosofia – Sagrada e Secular, estes fatores
caracterizam a era moderna, em outras palavras o dualismo estabelece o divórcio
entre a fé e a razão.
Um
novo enredo teológico
A questão então é esquecer a
razão voltar-se para a exposição da fé, aliás, tem sido este o enredo proposto
pela teologia da prosperidade pior aceito e abraçado pelos infames seguidores
desta doutrina; geralmente seus seguidores são indoutos, com má formação
teológica, portanto presa fácil, nesse sentido a fé não depende da razão pelo
contrário a razão entra em segundo plano quando geralmente o dano já está
causado.
A
culpa é de Jesus – na passagem do Evangelho escrito segundo João
encontra-se um dos maiores problemas de má interpretação teológica já existente
nas escrituras. “Na verdade, na verdade
vos digo que aquele que [1]crê
em mim também fará as [2]obras
que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.”
(Jo 14.12)
O Senhor não alude a homens
superpoderosos, mas do poder existente em SEU nome que seus seguidores homens
de fé comprometidos com o evangelho (Mc 16.17,18) por segurança em seu nome
propagariam sinais (milagres), para realização de curas e libertações por amor
a Jesus e ELE os concederia de bom grado. (At 2.41,43; 4.33; 5.12)
Se por um lado Jesus garantiu a
eficácia do seu nome para realização de sinais de maravilhas, por outro também
assegurou sobre a concorrência dos falsos cristos e falsos profetas que
surgiriam. “porque surgirão falsos
cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se
possível fora, enganariam até os escolhidos.” (Mt 24.24)
Infelizmente é com base nos ensinos
dos falsos mestres que está pautada a fé dos cristãos atuais, a fé solidificada
em Jesus foi extinta, por isto que qualquer promessa vazia proferida por qualquer
charlatão é aceita como oriunda da parte de Deus.
A teologia Lucana nos assegura a
continuidade dos dons, porém com segurança, mas ainda assim podemos indagar
outra questão não menos importante do que a continuidade dos dons; se a
bíblia nos assegura a continuidade dos dons porque temos tantas oposições?
A questão é exatamente esta, a má
utilização dos dons faz com que surjam opositores a esta doutrina, fazendo com
que os menos instruídos acabem por banalizar este lindo privilégio concedido
por Deus de desfrutarmos as maravilhas do Reino enquanto na terra; pessoas mal
intencionadas acabam por defraudar a doutrina fazendo-a um escarnio e como consequência
é cada vez maior o grupo adeptos que se opõem a aceitação da continuidade dos
dons. – num extremo surgem os opositores a continuidade no outro os indoutos
que banalizam os dons como se fossem todas as ocorrências partindo de Deus.
Satanás tem trabalhado nesta área
e a cada dia consegue angariar mais adeptos ainda que estes que se aliancem com
ele tornar-se-ão pessoas tristes no futuro geralmente por decepção o que os
fará afastar-se da fé que nunca conheceram realmente.
Entre
os dons – Em meio a tantas confusões doutrinárias a respeito dos dons encontram-se
os dons de cura e profecia talvez sejam estes os mais utilizados pelos falsos
profetas, geralmente o dom de cura surge devido à constante necessidade humana
decorrente do pecado por algum tipo de livramento, uma vez que não existe
ninguém na face desta terra que não tenha sido alcançado pelo pecado
consequentemente é portador de algum tipo de doença, portanto, de alguma forma
seja, espiritual, física ou mental precisa de uma saída já o dom de profecia segundo
seus falsos mentores é interpretado para alavancar a fé do pecador
possibilitando-o a certeza de que independentemente dos seus pecados Deus está a
lhe falar; neste sentido entre os dons encontram-se os dois extremos a verdade
x a mentira.
O
arrebatamento da igreja implica na não cessação dos dons – O livro de
Edições Vida Nova MILAGRES DE JESUS do senhor [3]POYTHRESS, Vern S. 1ª edição 2018 de forma memorável apresenta
os milagres de Jesus por meio de um olhar triplo: (1) Jesus é Deus, (2) Jesus é
plenamente humano realizou milagres de modo análogo aos milagres dos profetas
do Antigo testamento, (3) Jesus é o Messias prometido do Antigo Testamento, o único
mediador entre Deus e os homens. – o que ressalta é que os milagres ou sinais
como algumas traduções apresentam em primeira analise são “verídicos” e em segunda analise são “atuais”, portanto, válidos por toda a extensão da vida humana, assegurando
que enquanto não ocorrer o arrebatamento da igreja não existe a possibilidade de
cessação dos mesmos. – uma vez que Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb
13.8), o que fez no passado continua a fazer no presente e para alguns no
futuro também.
OS DONS NA ATUALIDADE – é predominante
em nossos dias à procura desenfreada pelos dons de cura e libertação em igrejas
tidas como neopentecostais ou em
igrejas pentecostais que
particularmente as qualifico como de baixa formação nesse sentido a banalização
dos dons divinos acabam por ser uma realidade.
Este é o motivo pelo qual uma
gana maior de defensores da cessação dos dons cresce em todo mundo, procuram
defender a honra de Deus no sentido de preservar o que aconteceu no passado e
não esteja valido para os dias atuais, portanto preservando a veracidade dos
dons da igreja primitiva.
O problema é que não efetuam a devida
diferenciação entre bons e maus servos. – entre os defensores do cessacionismo encontra-se
o teólogo calvinista B.B. Warfield, mas obteve uma pedra em seu caminho
teológico que foi o Doutor Jon Ruthven que elaborou uma obra intitulada “[4]SOBRE A CESSAÇÃO DOS
CHARISMATA” em que aplica de forma memorável uma exegese bíblica em todas as
suas analises e desmonta biblicamente os argumentos apresentados por WARFIELD
para a cessação dos dons, e até o presente segundo o autor não encontrou
nenhuma resposta plausível que desmontasse sua tese de doutorado.
Concluo que biblicamente é
impossível acreditar na cessação dos dons, especialmente nos dons de cura e
profecia, ainda que a bíblia assegure a cessação dos profetas não anulou a possibilidade
de Deus usar profetas. (Mt 11.13; Lc 16.16) – Outro detalhe importante que muitos
preferem esquecer é que milagres fazem parte do ministério da Igreja e se a
igreja não foi arrebatada eles estão vivos e atuantes em nosso meio, para quem
não acredita no arrebatamento da Igreja, surge outro problema como explicar ocorrências
sobrenaturais.
Pastor Themmy Lima
[1]
Jo 5.36
[2]
Mt 21.21; Lc 10.17
[3] Milagres de Jesus - POYTHRESS,
Vern S. 1ª edição 2018 – VIDA NOVA – pg. 25
[4] Sobre a Cessação dos
Charismata – A Polêmica cessasionista sobre os Milagres Pós-Bíblicos – RUTHVEN,
Jon – Editora Carisma – 2017.
Esta publicação faz parte do meu livro - "Campanha roubando o reino de Deus"
ResponderExcluirMuito bom Pastor Themmy patabens. Sem falar Pastor que aqueles que não acreditam em milagres tem um grande problema pra explicar que seria a conversao de um descrente, já que não existe milagre maior do que um perdido ser Salvo pela obra do Espírito Santo. Porque aí seria o homem persuadindo.
ResponderExcluirMuito bom demais
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